Pensata de Fernando Canzian sobre um debate central
Pegou no breu
A aceleração da indústria e das importações nos primeiros cinco meses do ano foi vigorosa. Mostra que a economia brasileira finalmente está acelerando sem grandes pressões inflacionárias.
Entre janeiro e maio de 2007, a indústria nacional teve expansão de 4,4%, bem acima dos 3,3% em igual período de 2006. Ao mesmo tempo, as importações de bens de consumo acabados deram um salto de 34% no fechamento do semestre.
Há vários motivos para isso. Um forte vento a favor da economia internacional, inflação interna baixa, muito mais crédito a custo menor e melhora crescente dos indicadores de solvência do Brasil. Tudo isso encoraja investidores internos e externos.
Nesse contexto, o governo começa a aumentar a proteção tarifária para alguns setores que estão perdendo mais com a concorrência internacional. Há 20 dias, foi imposta uma tarifa de US$ 4,27 por unidade para ferros de passar roupa importados. Agora, planeja-se aumentar de 20% para 35% a tarifa de importações para produtos têxteis e calçados.
O argumento, nesses casos, é que concorrência chinesa esteja produzindo estragos além dos aceitáveis na indústria nacional. Mas essa tese está longe do consenso.
Há correntes de economistas que acham que a vida é assim mesmo. "Quem não tem competência que não se estabeleça", dizem. Outros afirmam que a proteção é bem-vinda e natural para um país como o Brasil, onde o governo não oferece infra-estrutura adequada para o setor privado.
Abaixo, dois destacados economistas dão suas visões, opostas, sobre um debate que estará no centro da agenda econômica deste ano. E, muito provavelmente, também mais adiante.
Leia o debate entre Cláudio Haddad e Delfim Netto aqui no Blog de Fernando Canzian
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