domingo, 8 de julho de 2007

EUA querem mais turistas brasileiros

Jornal do Brasil

DIPLOMACIA



Rio de Janeiro, RJ - DENNIS BRACK/BLOMBERG NEWS

Brasil foi escolhido pelos EUA para adotar procedimentos para agilizar a emissão de vistos

Consulado norte-americano quase duplicou a emissão diária de vistos

O governo dos Estados Unidos quer elevar a posição do Brasil no ranldng de países que mais enviam turistas a seu território. O objetivo é fazer com que o país volte aos níveis de 1997, quando era o quinto colocado, com cerca de 940 mil turistas. - Quando? - Amanhã - brinca a sub-secretária de Comércio dos Estados Unidos para serviços e turismo, Ana Guevara. - Estamos trabalhando para isso.

No ano passado, o número de brasileiros que desembarcaram nos Estados Unidos cresceu 8%, para cerca de 500 mil, deixando o país na décima colocação. A queda no fluxo de turistas - não só brasileiros - foi motivada, segundo Ana, pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que levaram o país a adotar medidas mais rigorosas de segurança e para emissão de vistos.

O governo dos Estados Unidos tem plena consciência disso e tem trabalhado com os Departamentos de Estado, de Comércio e de Segurança para melhorar a situação.


País quer voltar a ser o quinto destino de férias preferido pelos turistas brasileiros


Os Estados Unidos fizeram uma relação dos países com maior dificuldade em obter vistos. Escolheu o Brasil para adotar procedimentos que tornam mais ágeis as emissões de vistos. Desde 2006, foi reduzido de 100 para 60 dias o tempo de espera para a entrevista com a autoridade norte-americana, que faz parte do procedimento.

Para a renovação o tempo é de apenas dois dias. Conseguimos elevar o número de procedimentos de 100 para 300 por dia.

O consulado norte-americano em São Paulo quase dobrou o número de vistos emitidos diariamente. - De 800 vistos por dia chegamos em alguns casos a 1400 - diz Ana.

Alguns programas especiais foram adotados para facilitar e agilizar a emissão do visto. Um deles foi uma parceria com a Câmara Americana de Comércio (Acocham) que, em caso de vistos corporativos, ajuda o interessado na parte administrativa, como no preenchimento de formulários, e na checagem de dados.

Em visita recente ao Brasil, Ana discutiu temas que dizem respeito a áreas do Diálogo Comercial Brasil-EUA, iniciado em junho de 2006 pelo então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez.

Em portas fechadas, reuniuse com representantes de companhias aéreas dos Estados Unidos que já operam ou têm interesse em operar no país - cujos nomes não foram divulgados - e com a ministra do Turismo,

Segundo Ana, o objetivo da reunião foi verificar se há interesse das empresas em aumentar o número de vôos para o Brasil (principalmente Nordeste e Brasília). 0 único empecilho jurídico existente hoje para o aumento é, segundo Ana, o acordo bilateral entre Brasil e EUA, que, entre outras coisas, estabelece que para cada vôo que entra no país tendo como origem os Estados Unidos, um deve fazer o caminho inverso. - São necessárias outras considerações por parte das empresas aéreas para saber se essas rotas fazem sentido em termos de negócio.

Segundo Ana, nova reunião será realizada nos Estados Unidos entre as empresas e os departamentos de Estado e de Turismo do país para discutir se existe interesse de conversar com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre uma flexibilização no acordo ou mesmo a adoção de novo pacto.

Hoje, operam no Brasil quatro companhias: American Air Lines, Delta, United e Continental, em um total de 105 fregüências semanais ao Brasil.

Ana veio ao Brasil chefiando delegação de nove franquias norte-americanas, que participaram da ABF Franclúsing Expo 2007, que aconteceu em São Paulo.

No Diálogo Comercial estamos procurando meios de facilitar a entrada de franquias brasileiras nos Estados Unidos e de franquias americanas no Brasil.

Na feira, juntamente com o ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Ana participou da cerimônia de assinatura de um memorando de entendimento entre as entidades representativas dos dois países.

Em setembro ela volta ao Brasil junto com 30 representantes dos maiores fundos de pensão dos Estados Unidos. Eles passarão uma semana aprendendo sobre oportunidades de investimento em capital de risco e private equity.

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