O ônus da prova
por Sergio Lirio
Ao contrário do que apregoam alguns, a parte mais dura da ação da Procuradoria começa agora: demonstrar o mensalão
Ao fim do espetáculo que transformou as últimas cinco sessões do Supremo Tribunal Federal no evento mais esperado do calendário político, os personagens cumpriram à risca o papel a eles reservado no momento. O ex-ministro José Dirceu, definido pelo relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, como o “chefe inconteste” do esquema que se convencionou chamar de mensalão, anotou em seu blog na internet tratar-se de uma injustiça (como, de resto, fizeram todos os acusados).
Marco Aurélio Mello, companheiro de Barbosa no tribunal, sempre pronto e disponível para interpretar os anseios da sociedade, disparou: “O pior em termos de avanço cultural é o sentimento de impunidade. E essa decisão revela que esse sentimento está excomungado de uma vez por todas”. Significativas palavras, fora o fato de, na história do Supremo, não haver registros de nenhum político condenado por atos de corrupção. Ou de que se avolumam nas gavetas da Corte centenas de processos de improbidade e crimes semelhantes.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, preferiu um tom professoral. À saída do tribunal, no fim da tarde da terça-feira 28, Souza anunciou a disposição de fortalecer as provas contra os acusados e manifestou, de forma discreta, sua satisfação com o resultado. “O recebimento da denúncia é a demonstração de que as informações lançadas no seu corpo representavam, ao menos para este ato processual, elementos suficientes de convencimento”, afirmou.
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