segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Lula culpa 'cassino' global por crise nos mercados

O Globo Online, Agências internacionais

RIO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em Helsinque, na Finlândia, que o Brasil tem solidez econômica e não vai ser afetado pela crise dos mercados mundiais.

- A crise foi causada por alguns fundos de investimentos que quiseram comprar títulos de risco como se estivessem em um cassino, tiveram prejuízos e nós não aceitaremos os prejuízos de um jogo do qual não participamos - disse o presidente Lula.

O presidente voltou a afirmar que a crise "é um problema da política doméstica americana", e que a balança comercial brasileira não depende de um ou dois países. Segundo ele, o crescimento do país está ancorado no mercado interno.

" Quem criou a lei de financiamento foi o governo americano, portanto quem vendeu as facilidades, assuma as dificuldades "

A crise que vem gerando instabilidade e prejuízos na bolsas de todo o mundo foi desencadeada pelo aumento da inadimplência nos financiamentos de alto risco do mercado imobiliário dos Estados Unidos, o chamado 'subprime'.

- Quem criou a lei de financiamento foi o governo americano, portanto quem vendeu as facilidades, assuma as dificuldades.

Viagem

O presidente quer aproveitar a viagem iniciada domingo aos países nórdicos ( Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca) para divulgar os biocombustíveis brasileiros e convencer os empresários do norte europeu investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) . É a primeira visita oficial de um chefe de Estado brasileiro a esses países.

" Todos nós precisamos aprimorar o nosso conhecimento tecnológico em combustíveis e o Brasil, graças a Deus, tem a tecnologia do etanol e a tecnologia do biocombustível "

Em seu programa semanal de rádio 'Café com o Presidente', veiculado nesta segunda-feira, Lula disse que há interesse em aperfeiçoar os negócios com esses países e atrair para o Brasil mais investimentos. Segundo ele, atualmente o intercâmbio comercial com a Finlândia, Noruega e Dinamarca gira em torno de US$ 1 bilhão por ano e com a Suécia chega a US$ 1,5 bilhão.

- O Brasil tem um mercado extraordinário, o mercado interno brasileiro está crescendo, a massa salarial está crescendo, a economia está estabilizada, as pessoas estão percebendo que no Brasil a casa está arrumada. Se houve tempo em que o Brasil não estava tão arrumado e eles fizeram investimento, agora há muito mais motivos para que eles façam investimento no Brasil - disse Lula.

No caso dos biocombustívels, o presidente explicou que a idéia é apresentar fontes de energia menos poluentes aos países do norte europeu.

- O mundo, na medida em que tenha que cumprir o Protocolo de Quioto, na medida em que todos nós temos responsabilidade de despoluir o planeta, ou seja, evitar que haja muitas emissões de CO2, todos nós precisamos então aprimorar o nosso conhecimento tecnológico em combustíveis e o Brasil, graças a Deus, tem a tecnologia do etanol e tem a tecnologia do biocombustível. E nós queremos então discutir com esses países a possibilidade de parcerias com o Brasil", destacou. Clique aqui para ler a íntegra do Café com Presidente.

Os temas energia e combustívieis renováveis vão dominar a agenda da visita do presidente.

O presidente já firmou com a Finlândia um memorando de entendimentos sobre trocas na área climática para o desenvolvimento em conjunto de fontes de energias limpas..

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