quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Berzoini descarta disputar comando do PT

Corrente do presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu tenta convencer deputado a mudar de idéia

Vera Rosa e Wilson Tosta para O Estado de São Paulo (para assinantes)

Brasília - O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), avisou ontem à Executiva Nacional que não disputará o segundo mandato, em dezembro. O antigo Campo Majoritário, corrente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, ainda espera demovê-lo da idéia. Motivo: enfrenta muita dificuldade para encontrar quem queira comandar o partido.

“Eu e minha família achamos melhor que eu não concorra”, afirmou Berzoini ao Estado.

No último fim de semana, o 3º Congresso do PT decidiu encurtar em quase um ano o mandato de todas as direções, incluindo as cúpulas estaduais e municipais. O principal argumento para a mudança é que o partido precisa se renovar após a sucessão de crises políticas que o atingiram. As novas eleições, com voto direto dos filiados, serão realizadas em dois turnos, nos dias 2 e 16 de dezembro.

Mesmo antes dessa decisão e do julgamento do Supremo Tribunal Federal - que despachou para o banco dos réus os principais integrantes da antiga cúpula do PT - o grupo de Lula e Dirceu sondava nomes para suceder Berzoini. Sem sucesso.

“Isso virou uma coisa patética”, protestou o secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar. “Parece até que dirigir o PT é um abacaxi.” Candidato à cadeira de Berzoini pela Articulação de Esquerda, Pomar disse que esse cenário “é bem indicativo” da necessidade de disputar o comando petista. “Eu supunha que haveria uma corrida pela presidência do PT, o partido do governo. Se ninguém quer, eu quero”, insistiu.

Sempre lembrado para presidir o PT, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, afirmou que seu candidato é Berzoini. Diante do impasse, há uma articulação de bastidor para tentar emplacar um nome menos conhecido, como o do deputado André Vargas, presidente da seção paranaense da sigla.

Na outra ponta, o grupo Mensagem ao Partido - adversário de Dirceu - também está à procura de um candidato. Sondado, o ex-governador Olívio Dutra repetiu que não aceitará a missão. Sua ala, capitaneada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, quer lançar agora o vice-líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (RS). “Meu nome é Olívio”, devolveu Fontana.

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