sábado, 19 de maio de 2007

Serra: teses de alunos da USP têm base em 'miragens e mentiras'

Estudante mostra a camiseta mais popular da ocupação da USP (Foto: Simone Harnik/G1)

do portal da Globo G1

O governador de São Paulo, José Serra, criticou neste sábado (19) à ocupação feita pelos estudantes da Universidade de São Paulo (USP), no campus do Butantã, Zona Oeste da capital.

De acordo com o governador, os alunos realizam um “protesto sem causa” no que diz respeito à questão da autonomia da gestão financeira da instituição.

Serra criticou ainda a forma como o protesto está sendo realizado, e lembrou seus tempos de líder estudantil. “Fazíamos agitação. Estávamos baseados em posições políticas, em teses que podiam ser discutíveis, mas eram verdadeiras. Não estavam baseadas em miragens e mentiras”, disse Serra, que presidiu a União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1963.
As declarações do governador foram feitas em um hospital da Zona Leste, durante abertura do mutirão de mamografia na rede estadual. Serra atacou os estudantes novamente, ao afirmar que eles estão adotando “métodos violentos”.

Desde o dia 3 de maio, centenas de alunos ocupam o andar térreo da reitoria da USP. Eles reivindicam melhores condições de moradia na universidade e criticam decretos que o governador teria publicado e que acabariam com a autonomia da gestão financeira da instituição.

Serra negou a falta de autonomia e defendeu maior transparência no uso da verba. “Queremos transparência nos gastos da universidade. São recursos públicos, dos contribuintes”, disse.


Desocupação

O governador também comentou a possibilidade de a Polícia Militar invadir a reitoria e obrigar a saída dos alunos, que receberam da Justiça na quarta-feira (16) um mandado de reintegração de posse. Serra disse esperar por um desfecho pacífico. “Foi ocupado um prédio público com violência. A Polícia Militar, para evitar qualquer problema, está esperando uma saída negociada”, afirmou. Segundo ele, o governo do estado não poderia ser responsabilizado caso houvesse a invasão, pois essa foi uma determinação judicial.

Os estudantes farão uma plenária no fim da tarde deste sábado para decidir se vão participar de uma reunião com a PM e representantes da reitoria sobre uma desocupação pacífica do prédio.

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