Pai militar aprova ocupação de filha na USP
Luciana Rossetto e Luciana Bonadio para G1 portal da Globo
Preocupação é que a polícia acabe com a manisfestação de forma violenta. Para os pais, movimento é importante para crescimento político dos jovens.
Ação estudantil mais polêmica dos últimos anos, a ocupação da reitoria da principal universidade do país, a USP - com ameaça de uso de força pela Tropa de Choque da Polícia Militar -, é acompanhada com apreensão pelas famílias dos alunos. Mas a invasão é aprovada pelos três pais ouvidos pelo G1. Mais do que conquistar os direitos pelos quais protestam, eles vêem o ato como grande passo para o desenvolvimento político dos filhos.
Tenente-coronel da Aeronáutica, Luiz Carlos, de 47 anos, não vê contradição, como militar, em apoiar a filha na ocupação de um prédio público. “Cada um tem que carregar as próprias bandeiras. Uma coisa não anula a outra.” Na noite desta quarta-feira (23), ele foi buscá-la na USP. “O movimento é legítimo. Hoje o que nós assistimos é o sucateamento limite daquilo que já foi a maior faculdade latino-americana”, disse. Quando soube que a filha ocuparia o prédio, Luiz Carlos, que também é calouro de ciências sociais, conversou com ela. “Perguntei se tinha consciência da decisão. Quando me disse que sim, falei ‘ok, quando você precisar, o número do meu telefone você conhece'.” Durante a ocupação, a estudante sentiu-se mal e ele foi até lá para ver o que estava acontecendo. “Ela foi para casa, se recuperou e, quando melhorou, voltou”, disse.
'Tiro no pé'
Armando [que não divulgou o sobrenome para preservar o filho], de 49 anos, vê a ocupação como o ressurgimento do movimento estudantil. “Se terminar em violência, vai ser o maior tiro no pé do governo nos últimos 50 anos. O [José] Serra enterra a carreira política dele [em referência ao passado no movimento estudantil do atual governador de São Paulo]. É perigoso tirar os estudantes na marra de lá”, defendeu. Leia mais aqui
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