quinta-feira, 31 de maio de 2007

Aborto ilegal mata 70 mil por ano

Karla Correia para o JB

BRASÍLIA. Um estudo divulgado ontem pela Federação Internacional de Planejamento Familiar veio dar mais munição ao governo no debate sobre a legalização do aborto no país. De acordo com o relatório, 70 mil mulheres morrem a cada ano por causa de complicações decorrentes de abortos. Nenhuma dessas mortes ocorreu em países onde o procedimento é legalizado, afirma a diretora da federação, Carmem Barroso.

- As maiores vítimas são as mulheres pobres e as meninas mais jovens, que não têm acesso ao aborto seguro - disse Carmem, ao apresentar os resultados do relatório, que revela ainda forte ligação entre a pobreza e a prática de aborto. De acordo com o trabalho, mais de 96% dos abortos são realizados nos países mais pobres do mundo, 17% dos procedimentos acontecem na América Latina.

No Brasil, essa relação se repete. Dados do Ministério da Saúde mostram que 63,8% das mortes maternas no país são registradas no Nordeste. Cerca de 9,5% desse montante está diretamente relacionado com complicações decorrentes de abortos forçados.

Para secretário-executivo da organização não-governamental Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam), Ney Costa, esses números subestimam o real tamanho do problema de mortes por aborto no país. Segundo ele, as ocorrências de infecção generalizada e hemorragia citadas como causa de morte nas certidões de óbito de mulheres muitas vezes escondem o principal motivo da morte - as complicações de um aborto inseguro. A ONG estima que o percentual de mortes maternas relacionadas à interrupção de gravidez seja, no mínimo, três vezes maior do que as estatísticas apontam. Leia mais aqui

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