quarta-feira, 23 de maio de 2007

PAC: há progresso

ANTONIO DELFIM NETTO

para Folha de São Paulo (para assinantes)

UM DOS PRINCIPAIS objetivos do PAC já foi atingido. Depois de um quarto de século, a necessidade de reconciliar o país com um crescimento robusto e sustentável foi colocado outra vez no centro das discussões nacionais. A preocupação com as obras "físicas" do PAC vai se esclarecendo: o cronograma físico das obras do governo parece razoavelmente atendido; o critério de concessão de estradas, importante para o investimento privado, foi definido (os leilões estarão na rua em breve), e o problema da licença ambiental para o suprimento de energia limpa está no centro das preocupações do Comitê Gestor.

Apesar dessas indicações positivas, aqueles que se preocupam com o desenvolvimento e o emprego no longo prazo sentiam uma ênfase menor num dos postulados do PAC: "remover os obstáculos ao crescimento: burocráticos, administrativos, normativos, jurídicos e legislativos". A urgência dessas medidas é cada vez maior.

Ainda agora, o "World Competitiveness Yearbook - 2007" classificou a nossa "eficiência produtiva" em 49º lugar entre 55 países analisados e indicou que perdemos posição relativa. Dois pronunciamentos do presidente da República na semana passada ajudaram a superar a questão.

Tanto na entrevista à imprensa como na apresentação no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ficou demonstrada a sua preocupação com as grandes reformas. Elas continuam na agenda. O que parecia um "esquecimento oportunista" dos problemas, aproveitando a anestesia que o entusiasmo com o desenvolvimento do nosso comércio exterior e do nosso mercado financeiro proporciona, mostrou ser uma forma de enfrentá-las por aproximações sucessivas.

É preciso reduzir o medo "natural" das pessoas com relação às mudanças e tentar realizá-las com o maior consenso possível por meio da discussão ampla e paciente, mas determinada. Leia mais aqui

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