segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Dilemas municipais



FERNANDO DE BARROS E SILVA

SÃO PAULO
- "A oportunidade é nossa!". Era esse o título do artigo da ministra Marta Suplicy, publicado ontem na página 3 da Folha. Um trololó institucional a respeito da Copa de 2014. Por ironia, a verdadeira oportunidade da petista estava uma página adiante, nos números da pesquisa Datafolha que a colocam em empate técnico com Geraldo Alckmin na liderança da disputa pela prefeitura paulistana.
É um resultado que praticamente obriga Marta a ser candidata, ainda que ela esteja, como insiste, "super feliz" no Turismo. O PT não tem outro nome viável na cidade e a pressão partidária só vai aumentar.
Soa frágil, além disso, a idéia de que a petista deveria se preservar para 2010. Sua rejeição ainda é alta, mas recuou sete pontos (de 36 para 29). E uma campanha, mesmo que não vitoriosa, oxigenaria o contato com a base social que Marta construiu na cidade. Isso, tudo indica, num ambiente de crescimento, em tese favorável aos aliados de Lula.
A situação de Alckmin é mais delicada. Para entendê-la é preciso ter em vista que a prefeitura de Gilberto Kassab não é dos Democratas. É tucana. Ou melhor, serrista. A máquina municipal, o secretariado, tudo está atrelado ao governador, a começar pela carreira do prefeito. Alckmin faria campanha contra essa gestão? Como? E com quem? Com que dinheiro? É muito difícil, praticamente impossível imaginar Kassab fora da disputa pela reeleição. Seus 13% o habilitam a concorrer até com pretensões de vitória.
Mas faz sentido o favorito nas pesquisas abrir mão da disputa por falta de espaço político? Alckmin aceitaria quieto o risco de esperar 2010? Ou prefere os riscos de concorrer agora? Dizem que ele e Serra mal se falam. As respostas passam por essa conversa. Os tucanos estão precisando discutir a relação.

Leia a integra da coluna de Fernando de Barros e Silva na Folha de São Paulo (para assinantes)

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