sábado, 8 de dezembro de 2007

Chuva de pesquisas, Datafolha: Alckmin 26%, Marta 25% e Kassab 13%

Alckmin cai 4% e empata com Marta (+1), Kassab sobe 3%

"Em se tratando de eleições para outubro de 2008, uma pesquisa, feita um ano antes, tem algum peso nas decisões dos eventuais candidatos?

Em todo caso essa pesquisa vai provocar, sem dúvida, um acirramento das disputas internas no PSDB, um encorajamento para o atual prefeito Kassab e um aumento da pressão para levar Marta a aceitar ser a candidata do PT.

Mais pesquisas seguirão, como as chuvas de verão, até às aguas de março. A população da cidade não incorporou ainda essa questão eleitoral e o fará em maio ou junho do ano próximo, por isso pesquisa agora só vale para os bastidores da política." (Quinta-feira, 6 de Dezembro de 2007 Um IBOPE sobre medida para alimentar a encrenca entre Alckmin e Serra).

Foi nesses termos que comentei aqui no blog a pesquisa IBOPE e pouco tenho a acrescentar em se tratando da pesquisa Datafolha que aparecerá nos jornais de domingo.

Segundo o Datafolha Alckmin e Marta estão empatados em primeiro lugar (26% e 25% respectivamente), seguidos em terceiro, com 13%, pelo atual prefeito Gilberto Kassab. Como a margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos, pouca coisa mudou em relação a pesquisa Datafolha de agosto, salvo uma leve queda (4 pontos a menos) para Alckmin. Marta e Kassab cresceram em relação a agosto, mas dentro da margem de erro.

O Datafolha desmente completamente a pesquisa IBOPE no que concerne a simulação de um eventual segundo turno. Para Datafolha, dos eleitores de Alckmin, só a metade iria para o atual prefeito, se confrontado com Marta. Enquanto o IBOPE os via todos juntinhos no colo do Kassab. Marta derrota Kassab (49% X 39%) e perde para Alckmin (39% X 53%).

Analisando a queda de Alckmin na pesquisa, o jornal Folha de São Paulo indica: "Entre os que têm renda superior a dez salários mínimos, Alckmin perdeu 12 pontos após agosto, caindo de 50% para 38%. Marta, nesse estrato, saltou de 9% para 19%." Mas esse eleitorado é muito pequeno e de quase nula importância eleitoral.

A Folha acrescenta: "Alckmin também viu sua condição piorar no outro extremo da segmentação por renda. Ele foi de 27% para 17% das intenções de voto entre os que recebem até dois salários mínimos, metade do que obtém a petista Marta." Esse eleitorado é bem mais numeroso. Talvez este fato esteja alimentado pela percepção cada dia mais forte, entre os que ganham menos, que Alckmin é um candidato identificado mais com os interesses dos ricos que votam massivamente nele (mesmo com a queda é onde Geraldo tem as maiores intenções de voto), mas isto é só uma hipóteses.

O recall da campanha à presidência é avançado por alguns para explicar a liderança de Alckmin e sua queda estaria ligada ao passar do tempo em relação a outubro do ano passado. Para outros são os podres que agora a mídia publica, incentivada pelo Serra. Eu tenho minhas dúvidas sobre o impacto eleitoral de isto.

A persistência das intenções de voto em Marta, mesmo sem ela ter manifestado qualquer intenção de concorrer à Prefeitura, parece decorrer da força de suas realizações no comando da cidade, como os CEU's ou o Bilhete Único, assim como de sua liderança indiscutida no PT de São Paulo muito atuante na cidade, particularmente nos movimentos sociais e na periferia.

Em todo caso, o artigo que coincidentemente a Folha pública na sua página 3 da edição de domingo, assinado pela Ministra de Turismo, mostra que ela está inteiramente devotada ao trabalho no governo Lula e que as pressões deverão ser bem fortes para ela aceitar concorrer. O suspense acaba em finais de março, data limite estabelecida pela lei.

Luis Favre

PS - Algumas curiosidades da pesquisa Datafolha: em agosto ela tinha pesquisado um cenário sem Marta e com o senador Aloizio Mercadante (9%), tendo abandonado este cenário nesta pesquisa. A Folha não dá nenhuma explicação.

Outra curiosidade é a candidatura da Soninha. Quando ela é posta no cenário pesquisado com os principais candidatos, ela obtém 2%. Como Maluf, Paulinho, Marta e Não Sabe perdem um ponto cada um, ou seja 4 pontos e que a Luiza só recupera 1 e a Soninha 2, ninguém sabe onde sumiu 1. São provávelmente os ajustes decimais. No cenário sem Marta ela continua com 2%, quando além de Marta se retira o nome de Alckmin ela passa a 4%.

A rejeição da Marta passou de 36 a 29 pontos, a de Kassab continúa em 25 e Alckmin segue em 12. Se 53% dizem que não votariam de jeito nenhum em Paulo Maluf, de 11% a 18% votam nele nos diversos cenários propostos.


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