Parada Gay: Manifestação reuniu um milhão em Copacabana
No 12º evento do gênero, organizadores levam para Copacabana 18 trios elétricos e defendem criminalização da homofobia
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Cláudio Motta e Débora Gares
Além do grande público que lotou a Avenida Atlântica, em Copacabana, ontem de tarde, a 12 aParada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), cujo tema era a criminalização da homofobia, atraiu diversos políticos. O governador Sérgio Cabral subiu no primeiro dos 18 trios elétricos e recebeu o Prêmio ArcoÍris de Direitos Humanos. Segundo Cláudio Nascimento, membro do Grupo Arco Iris e coordenador do evento, essa foi a primeira participação de um governador. A parada atraiu, ainda, duas senadoras, um secretário estadual, outro municipal, uma ministra adjunta, um secretário do Ministério da Cultura e uma deputada federal.
De acordo com os organizadores e a subprefeitura do bairro, 1,2 milhão de pessoas participaram da parada. A PM, no entanto, estimou o público em 500 mil, segundo o tenente-coronel Ricardo Pacheco, comandante do 19oBPM (Copacabana). De acordo com a PM, não houve qualquer incidente grave.
Governador faz discurso em cima de trio elétrico O governador ficou cerca de 20 minutos na parada. Em seu rápido discurso, em cima do trio elétrico, Cabral se disse honrado de ter sido o primeiro governador a conceder pensão a parceiros e parceiras de servidores públicos estaduais que vivem relações estáveis com pessoas do mesmo sexo, de acordo com a lei estadual criada por Carlos Minc e por ele.
— O Rio se manifesta na defesa dos direitos civis, da cidadania e da liberdade individual.
No que depender de mim, vamos trabalhar pela criminalização da homofobia. Orientei nosso aparato repressivo contra a homofobia. Defender os direitos individuais é uma questão de Estado, não de partido. Ou o Brasil avança nesse sentido ou nunca vamos conseguir consolidar a democracia — disse Cabral, que estava acompanhado da mulher, Adriana Ancelmo.
As senadoras Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo, e Fátima Cleide (PT-RO), relatora do projeto de lei que criminaliza a homofobia e ainda tramita no Senado, também elogiaram a manifestação.
— Essa é uma manifestação da cidade contra a homofobia — afirmou Ideli.
Os secretários estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, e municipal de Assistência Social, Marcelo Garcia — representando o prefeito Cesar Maia —, além da deputada federal Cida Diogo (PT) também participaram da parada. A ministra adjunta Teresa Sousa (da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do governo federal) e o secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, manifestaram apoio à criminalização da homofobia.
Manifestantes defenderam o combate à violência e afirmaram que 2.582 homossexuais foram assassinados no Brasil nos últimos dez anos: — A parada cresce a cada ano. Em 2006, tivemos 800 mil pessoas. Pesquisas revelam que 40% do público é de heterossexuais.
Além disso, a presença de um governador de estado é importante, mostra que estamos numa virada. Antes, queríamos ampliar a visibilidade para o tema, que ficava embaixo do tapete, dentro do armário. Hoje, ele está na agenda pública, na cena política. Falta o Senado aprovar o projeto de lei 122/2006, que criminaliza a homofobia — disse Cláudio Nascimento.
Grupo se inspira em ‘Tropa de elite’ para fantasia Aproveitando a hora extra de sol que tiveram no primeiro dia do horário de verão, os manifestantes se divertiram ao som de samba, trance e MPB. Participando pela primeira vez do evento, Nicole Nunes, de 18 anos, chegara ao Rio, vinda de Macaé, poucas horas antes.
— Chegamos às 14h e já estamos com todo o gás para curtir a festa — disse ela, defendendo a importância do tema escolhido este ano. — Já fui vítima de espancamento e nada aconteceu. Isso é crime e tem que ser punido.
Namorando às escondidas há um ano, as estudantes Luana e Aline aproveitaram a parada para assumir o relacionamento em público.
— É uma sensação maravilhosa de liberdade — resumiu Luana.
Na esteira do sucesso do filme “Tropa de elite”, um grupo de homens uniformizados com saia camuflada se dizia a “Tropa de it”.
— It é frescura! Estamos aqui mostrando nosso orgulho, independentemente de classe social, sexo e cor — disse um deles, que só quis divulgar seu apelido, Kiki.
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