'Então dá para ficar mais barato'
Motorista se surpreende com novas tarifas
Marianna Aragão e Elisangela Roxo
O Estado de São Paulo
Usuário da rodovia Anhangüera/Bandeirantes, que tem o pedágio mais caro do País (R$ 0,12 por quilômetro), o engenheiro Carlos Murrer, de 24 anos, ficou surpreso ao saber do resultado do leilão de terça-feira, que definiu preços de até R$ 0,02 por quilômetro para as rodovias federais.
'Estranhei que o valor seja tão inferior ao que pago hoje', diz Murrer, que trabalha na capital paulista e vai para Campinas, sua cidade natal, todos os fins de semana. O gasto semanal com pedágio totaliza cerca de R$ 21,00. São duas praças de R$ 5,10, na ida e na volta do trecho, de aproximadamente 100 quilômetros. 'A qualidade da estrada é boa, mas agora a gente vê que podia ser mais barato', diz.
Já o médico veterinário Ricardo Silva, de 30 anos, não trafega com tanta freqüência por rodovias pedagiadas, mas acredita que o valor cobrado nas estradas de São Paulo está acima do necessário. 'Não há serviço que justifique pedágio de R$ 15,00 num trecho de 60 quilômetros', diz ele, que pelo menos cinco vezes ao ano pega a Rodovia dos Imigrantes, em direção a Santos (SP), litoral paulista. Segundo Silva, a chance de as estradas federais, mesmo em trechos mais longos, terem pedágio menor prova que as concessionárias 'ganham muito dinheiro'. 'Dá para diminuir o preço e mesmo assim continuar lucrando.'
Por enquanto, o psicólogo João Kolar de Marco, de 53 anos, não paga pedágio. Ele mora em Atibaia e pega a Rodovia Fernão Dias três vezes por semana para trabalhar na capital. 'A privatização deve melhorar a qualidade da estrada, que hoje está num estado terrível', afirma.
Apesar de achar o valor previsto para o pedágio vantajoso, Marco tem dúvidas sobre a qualidade que deverá ser alcançada depois do leilão. 'Vai ser difícil as estradas federais terem o mesmo padrão das estaduais, que considero as melhores do País, com uma diferença de preço tão grande na tarifa', avalia.
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