quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Reflexões pessoais sobre a crise internacional em curso

Em artigo reproduzido neste blog (O Brasil e a crise no mercado subprime), Affonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinotti já tinham destacado a diferença entre a economia brasileira hoje e sua capacidade para enfrentar uma turbulência internacional e as fragilidades da época de FHC, quando as crises "externas" atingiam o Brasil por conta do seu endividamento, déficit público, ausência de reservas, fraco superávit primário etc. O resultado foi a tutela do FMI sobre o Brasil durante vários anos.

Hoje, em plena crise de abalo dos mercados provocada pela situação dos USA e do mercado das hipotecas, o governo Lula e a nossa economia encontram-se robusta o suficiente, entre outros motivos, pelo fato de terem equacionado o endividamento, assegurado superávits primários consistentes, reforçado as reservas bancarias, controlado a inflação e permitido um crescimento econômico sem medidas "artificiais" ou "voluntarismos esquerdistas".

O resultado está aí: ontem o maior administrador de fundos do mundo, a Pacific Investment Management (Pimco) recomendou a seus investidores de trocarem seus títulos sobre a divida de "Argentina, Equador, Hungria, Líbano e Turquia" e procurassem comprar papeis do "Brasil, Russia e México".

O Pimco é um fundo controlado pelo capital alemão "Allianz" é tem seus próprios interesses na sua sugestão, mas a recomendação ecoá outras avaliações igualmente positivas sobre o Brasil e sobre a política do presidente Lula.

Ainda bem que as recomendações dos trololós políticos, que vão desde o tucano chefe do "paulisterio" até vários dirigentes petistas, de seguir o exemplo argentino foram rejeitadas pelo governo.

Se no meio da atual crise e abalo dos mercados, o Brasil está relativamente protegido, muito se deve a firmeza da dupla Lula-Palocci que privilegiando a estabilidade e a base sólida dos "fundamentos", salvaguardaram a população do país da tempestade atual.

Porem, a crise traz um alerta: mesmo em condições muito melhores o Brasil vai sofrer com a reviravolta da economia americana e não pode se permitir que por interesse da oposição que joga a "quanto pior, melhor" o equilibro do gasto público e do ajuste fiscal seja questionado com a recusa, por exemplo, de prorrogar a CPMF. A decisão do DEM de rejeitar a prorrogação é jogar contra o país e, nem a economia brasileira, nem o mercado internacional, estão para brincadeiras desestabilizadoras.

Que o interesse da nação e o bom senso prevaleça.

Luis Favre

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