Ação da justiça contra o preconceito
Juiz do caso Richarlyson é afastado após análise do processo
Justificativas sem embasamento na lei forçam a saída de Manoel Junqueira; processo segue na Justiça
SÃO PAULO - A confusão envolvendo a acusação de que o meio-campista Richarlyson, do São Paulo, seria gay, ganhou nesta sexta-feira mais um capítulo. O juiz Manoel Maximiliano Junqueira Filho, da 9.ª Vara Criminal de São Paulo, foi afastado do cargo por uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido dos advogados do jogador, Renato Salge e Paulo César Ferreira, após tomarem conhecimento da sentença que Junqueira expediu para justificar o arquivamento do caso.
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As justificativas do juiz se tornaram públicas e foram motivos de críticas e revoltas pelo tom homofóbico do texto, com frases como "Quem é, ou foi boleiro, sabe muito bem que estas infelizes colocações [ser homossexual] exigem réplica imediata, instantânea, mas diretamente entre o ofensor e o ofendido, num tête-à-tête" e "futebol é jogo viril, varonil, não homossexual. Há hinos que consagram esta condição."
Salge e Ferreira dizem que não contaram ao jogador o tom do despacho e que estão recorrendo da decisão de arquivar o processo. O autor da frase que gerou toda a crise, José Cyrillo Junior, será convocado para depor e se explicar sobre o problema na Justiça, mesmo tendo pedido desculpas publicamente, na televisão, dois dias após o caso.
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