segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Investimentos em alta sustentam crescimento


Vera Saavedra Durão, do Rio Valor

O investimento continuará sendo o principal motor do crescimento da economia brasileira neste ano, segundo análise de economistas e empresários. Marcos Felipe Casarin, do Grupo de Conjuntura do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prevê que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), equação usada para medir o comportamento do investimento, crescerá 11% em 2008. Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima expansão de 12%.


Se qualquer um desses resultados for confirmado, será consolidada uma trajetória ascendente do investimento, nos últimos quatro anos, a taxas superiores a 10%, bem acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).


Para o presidente do Ipea, Márcio Pochman, as medidas adotadas pelo governo para compensar a perda da CPMF não deverão afetar o investimento público. Em sua avaliação, os investimentos do governo poderão dobrar sua participação no PIB, de 0,5% para 1%, em razão das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que foram preservadas dos cortes no Orçamento depois da derrota do governo na renovação da CPMF. Pochman aposta em uma taxa de investimento recorde para este ano, de 19,2% do PIB, inédita desde os anos 70.


Os empresários mostram-se dispostos a investir, apesar das projeções mais conservadoras para o crescimento em 2008. Maurício Bähr, presidente do Grupo Suez, que se prepara para disputar a concorrência da hidrelétrica de Jirau - segunda usina do rio Madeira, orçada em R$ 10 bilhões -, diz que está "com a agenda cheia". Além de Jirau, o grupo toca as hidrelétricas de São Salvador (243 Megawatts) e de Estreito (1.087 MW). Ambas deverão iniciar operações em 2010. Os empreendimentos somam R$ 4 bilhões.


O presidente da Light, José Luiz Alquéres, confirmou a intenção de aumentar os investimentos. A distribuidora carioca deverá aplicar R$ 560 milhões em três projetos de geração de energia. Arnaldo Calbucci, do grupo Wilson, Sons, do setor de logística, também planeja gastar mais este ano. "Vamos investir US$ 120 milhões na área de portos, embarcações offshore e na área de rebocadores portuários", afirmou.

Nenhum comentário: