domingo, 16 de dezembro de 2007

Berzoini e Tatto fazem hoje embate do 2º turno

de esq. a dir. Marco Aurelio Garcia, Jilmar Tatto e Ricardo Berzoini


Disputa define novo comando do PT e dá largada para eleições de 2008

Clarissa Oliveira - O Estado de São Paulo

Filiados do PT em todo o País retornam hoje às urnas para escolher um novo presidente nacional da legenda. Depois do primeiro turno, que atraiu mais de 326 mil petistas no último dia 2, a disputa agora será travada entre o atual presidente, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o deputado Jilmar Tatto (SP).

Mais do que definir quem estará no topo da burocracia partidária, a escolha da nova direção petista dá a largada para a corrida municipal de 2008. Encerrada a apuração, o novo presidente do PT terá de conduzir as prévias para a escolha de candidatos, liderar o debate sobre a política de alianças e coordenar o relacionamento com partidos da base. Para completar, atuará como uma espécie de embaixador das lideranças municipais junto ao governo, protagonizando o leva-e-traz de cobranças de investimentos e pedidos de declarações de apoio.

“ O PT é um partido trabalhoso”, diz Berzoini, que no primeiro turno ficou com os votos de 43,4% dos militantes. Tatto, que obteve 20,2%, reconhece que a tarefa exigirá união interna e cuidado na avaliação da realidade partidária em cada região.

Antes de encerrada, a eleição do PT já está cercada de pretendentes para a disputa do ano que vem. Derrotado no primeiro turno, o deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP) oficializou nos últimos dias seu desejo de concorrer à Prefeitura de São Paulo. “Em princípio, meu nome está colocado.”

Tatto aparece também entre os cotados para a corrida municipal. A tendência, entretanto, é de que fique fora do páreo, mesmo se for derrotado por Berzoini na eleição de hoje. Dentro do partido, espera-se que ele retribua o apoio que recebeu na eleição interna de outro interessado na prefeitura: o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).

Os três têm outro ponto em comum além do interesse em comandar a capital paulista - qualquer pretensão só será levada adiante se a ex-prefeita e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy, não entrar na briga. “Tenho dito que o melhor nome para a Prefeitura de São Paulo é Marta Suplicy”, afirma Tatto. “Se ela optar pela candidatura, acho difícil outro nome atrair tanto apoio”, completa Martins Cardozo. Chinaglia diz partilhar da opinião e acrescenta: “Quanto mais tempo demorar, mais ela é candidata. Não se constrói um nome alternativo de uma hora para a outra.”

Sem Marta, Chinaglia admite encarar a disputa. “Temos de trabalhar por um nome que aglutine. Se meu nome tiver essa capacidade, claro que eu disputaria”, afirma. Marta é também o nome favorito de Berzoini. Nesse caso, a desistência da ex-prefeita tende a conduzir os votos do deputado e seu grupo para Martins Cardozo.

Apesar de preferida, Marta manifestou a aliados nos últimos dias que, em tese, prefere não concorrer. Apesar disso, não descartou a possibilidade. Se depender da avaliação dos colegas, ela só disputará o cargo se for a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nenhum comentário: