sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Protesto classifica absurda a cobrança de pedágio no Rodoanel

Assessoria de Comunicação e Transportes - Liderança do PT

"Com a cobrança do pedágio, o Rodoanel não vai cumprir o seu objetivo que é tirar o trânsito do município de São Paulo e da Região Metropolitana, pois os veículos vão fugir dos pedágios e engarrafar o trânsito local das cidades", esclareceu o deputado Marco Martins durante protesto da Frente Parlamentar contra os pedágios no Rodoanel e o Movimento Rodoanel Livre realizado em frente ao prédio da FIESP, em 9/10.

Pedágio simbólico é cobrado em frente a Fiesp durante manifestação

Fonte: www.cotiatododia.com.br

Deputado Estadual Marcos Martins durante manifestação contra o pedágio no Rodoanel, em frente à Fiesp, na avenida Paulista. No detalhe, pedestres passam pelo pedágio de papelão.

Quem passou pela avenida Paulista na manhã desta terça-feira, dia 9, em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), teve de pagar pedágio simbólico. A ação, organizada pela Frente Parlamentar contra o pedágio no Rodoanel, coordenada pelo deputado estadual Marcos Martins, e o Movimento Rodoanel Livre, teve o intuito de levar a uma das principais avenidas do Estado a discussão sobre o pedágio no Rodoanel Mário Covas.

Durante o protesto, Marcos Martins falou sobre os prejuízos que o pedágio acarretará à população em geral e a importância da luta. "Lutamos não apenas para barrar o pedágio, porque sua instalação vai trazer prejuízos ao meio ambiente, à malha viária das cidades ao redor da rodovia, o aumento de acidentes de trânsito e problemas econômicos com a evasão de empresas da região, além dos transtornos diários enfrentados no trânsito insano dos centros urbanos e Marginais [Tietê e Pinheiros]".

Martins disse ainda que a escolha do local para a manifestação teve propósito certo. "O movimento contra o pedágio quer a adesão de empresários. Queremos cobrar uma posição das indústrias e empresas instaladas na região, que certamente sofrerão também com os resultados do pedágio, como a alta no orçamento".

O deputado comentou ainda que deverá encaminhar à Fiesp, em breve, uma cobrança formal de posicionamento sobre o tema.

Além do deputado, participaram da manifestação os vereadores Toninho Kalunga, de Cotia, e Rubens Bastos, de Osasco. Ambos declararam que estão junto ao deputado Marcos Martins na luta contra o pedágio, e fizeram um alerta quanto a importância que a participação popular tem nessa guerra contra a implantação do pedágio, prevista para 2008.

Também marcaram presença representantes sindicais, como o presidente do Sindicato dos Transportes de Osasco e Região, João Batista, e Ana Maria Rapini, da CUT.

O protesto

Os manifestantes, trajados de "tucanos" e "diabos", cobravam pedágio das pessoas que passavam pelo local. Muitos que ainda não sabiam do pedagiamento do Rodoanel, tomaram conhecimento da questão e, embora descontraídos, mostraram-se indignados e participaram do ato, pagando o pedágio simbólico.

Cinco cabines de papelão montadas na calçada em frente à Fiesp cobravam pedágio. Manifestantes distribuíam dinheiro de brinquedo aos pedestres para pagarem o pedágio. O valor era o mesmo estipulado para a tarifa a ser cobrada no Rodoanel, R$ 2,20. Nas cabines, "diabos" e "tucanos" faziam as cobranças.

No local forão colocadas cabines na calçada simulando o pedágio. Os transeuntes, que aprovaram o bom humor da manifestação, recebiam uma réplica de nota de R$ 5,00, que entregavam nas cabines.

Para os organizadores do protesto, o objetivo foi denunciar as condições propostas pelo governo do Estado para o pedagiamento do Rodoanel e o fato do Estado entregar para a iniciativa privada uma rodovia que foi feita completamente com dinheiro público no trecho oeste e dois terços do trecho sul e a iniciativa privada vai ficar com 100% do lucro a partir do terceiro ano.

Nos discursos feitos por parlamentares e sindicalistas, presentes ao ato, foram ressaltados que o Rodoanel é uma via circular de distribuição de tráfego, ao contrário das vias axiais, que levam de um ponto a outro, como as demais rodovias. Assim, quem pega a rodovia Bandeirantes vai de São Paulo a Campinas ou vice-versa, isso é uma rodovia axial.

"O Rodoanel deve ser um acesso para à rodovia Raposo Tavares, vindo pela Bandeirantes, esta rodovia não deveria passar pelo interior de nenhuma cidade. Assim o Rodoanel não leva a um destino final e sim a outra rodovia", explicou o deputado Marcos Martins.

Os sindicalistas ressaltaram que o custo dos pedágios será embutido nos preços das mercadorias e que assim todos pagarão direta ou indiretamente pedágio. Nos discursos foi muito ressaltado o perfil privatizante dos tucanos, sendo esse o principal ponto de programa realizado pelo PSDB, em detrimento do interesse público.

As próximas manifestações contra o Rodoanel serão dia 11 de outubro nas entradas da rodovia e no dia 17 em Osasco, na parte da manhã no calçadão da rua Antonio Agu. No mesmo dia, às 19 horas, será realizada audiência na Câmara Municipal de Osasco com a presença do secretário dos transportes, Mauro Arce, e do diretor geral da Artesp, Carlos Eduardo Sampaio Doria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, me desculpa, mas mesmo se não tivesse pedágio na pista, o RodoAnel tenderia a não cumprir o papel que lhe foi designado.
As pessoas se esquecem que em meio aos quase 20 milhões de pessoas que moram na grande São Paulo, há uma grande necessidade de transporte logistico e um enorme parque industrial.
Sinceramente, talvez fosse melhor investir em outra opção para melhorar o escoamento da produção agro-industrial, que seria DESAFOGAR O PORTO DE SANTOS.