quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Novo jornalismo sem auto-crítica

por Luis Nassif

É curioso o Ali Kamel. Escreve um artigo cheio de manipulação e incorreções em “O Globo”, depois reproduzido no “Estadão”, sobre o livro “Nova História Crítica”. Confrontado com incorreções, em vez de providenciar a retificação nos órgãos em que escreveu – como ocorre com todo procedimento jornalístico honesto – recorreu ao jornalismo de esgoto para as explicações. Mas apenas sobre o fato de não ter mencionado que o livro tinha sido incluído nas compras do MEC em 2002 e retirado este ano. Não sobre as manipulações que fez sobre seu conteúdo.

Hoje volta a escrever sobre o tema, escolhendo um outro livro.Nenhuma explicação sobre o fato de ter suprimido as críticas contra Stalin e Mao contidas no “Nova História Crítica”.

Repito aqui sua manipulação. Na hora de analisar a economia planificada, o livro mostra o que era a utopia; e depois o que se tornou a realidade. Kamel citou a utopia, e não mencionou as críticas ao que de fato aconteceu.

Olha o seu texto:

Sobre o ideal marxista: “Terras, minas e empresas pertencem à coletividade. As decisões econômicas são tomadas democraticamente pelo povo trabalhador, visando o (sic) bem-estar social. Os produtores são os próprios consumidores, por isso tudo é feito com honestidade para agradar à (sic) toda a população. Não há mais ricos, e as diferenças sociais são pequenas. Amplas liberdades democráticas para os trabalhadores.”

E a análise do livro sobre o que de fato aconteceu:

“Entretanto, os planos econômicos não eram democráticos. O povo não participava, apenas cumpria ordens do governo, (...) Muitas vezes, em vez de eficácia econômica havia mesmo era uma administração confusa e lenta”.

Ele suprimiu justamente o texto que analisava o mundo real. Hoje volta a escrever sobre livros didáticos. Nenhuma linha sobre os erros do último artigo. Nenhuma linha sobre a manipulação clara das frases tiradas do contexto.



Luis Nassif

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