quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Não vi preocupação da OAB com cratera em SP, diz Falcão

Deputado estadual afirma que o movimento "Cansei" faz oposição mascarada

Petista declara que não crê que esse movimento tenha intenções golpistas, mas que não terá apoio popular para continuar crescendo

LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Deputado estadual mais votado pelo PT paulista em 2006 e homem forte da gestão Marta Suplicy (2001-2004) na prefeitura, Rui Falcão, 63, diz que não viu preocupação nem da OAB-SP nem de seu presidente, Luiz Flávio Borges D'Urso, com a cratera do Metrô na cidade. A obra e sua segurança estão a cargo de empresas contratadas pelo Estado, governado pelo PSDB desde 1995. A partir disso, ele afirma que o "Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros", o "Cansei", liderado oficialmente pela entidade dos advogados, faz oposição mascarada ao governo Lula e explora o acidente aéreo para desgastar o Palácio do Planalto. Porém, ele diz não acreditar que o grupo quer derrubar o presidente Lula.

FOLHA - O "Cansei" diz que não tem objetivos partidários. O que leva o sr. a pensar o contrário?
RUI FALCÃO -
Ele tem um sentido político, com bandeiras dos partidos de oposição, inclusive explorando esse episódio dramático, que é a perda de vidas humanas no acidente aéreo. Não vi nenhuma preocupação com a falta de transparência em São Paulo, com respeito à total impossibilidade de realização de CPIs. Isso diz respeito à cidadania. Não vi preocupações da OAB-SP com o episódio da cratera do Metrô de São Paulo, que não foi esclarecido. É um direito das pessoas fazer oposição, mas o que se condena é que se faça oposição mascarada, querendo aparecer como demanda do conjunto da sociedade quando é de uma parcela que tem direito, sim, de se manifestar, mas que se manifeste nessa condição, não falando em nome de todos.

FOLHA - Então o sr. não questiona o envolvimento da entidade, mas uma suposta intenção não dita?
FALCÃO -
Exato. Se a OAB-SP tivesse consultado os associados, e eles dissessem "vamos patrocinar essa campanha", ainda que fosse contra o governo, como é essa, teria direito. Mas não consultou os associados para tomar posição de facção.

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