Marta afirma que caos aéreo é 'desastroso'

Governo quer estimular crescimento de empresas regionais, diz ministra

Aguinaldo Novo


SÃO PAULO. Depois de sugerir que os passageiros deveriam “relaxar e gozar”, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, classificou ontem como “desastroso” o caos aéreo.

Segundo ela, além de investimentos em infra-estrutura, o governo pretende estimular o crescimento das pequenas e médias empresas regionais como forma de desafogar os aeroportos.

— O presidente Lula está absolutamente sensibilizado e concorda que tem de ampliar as linhas regionais. Para ir de Natal a Belém, por exemplo, tem de ir primeiro para Brasília.

Estamos cerceados pela falta de comunicação aérea — afirmou a ministra, durante o lançamento de um novo prêmio na área de turismo, instituído pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).

Marta discursou durante pouco mais de 21 minutos.

Neste tempo, nem ela nem os empresários presentes citaram a gafe cometida na quartafeira passada — que levou a ministra a pedir desculpas no mesmo dia. No dia seguinte, a ministra disse que estava “arrasada” por ter dito a frase.

Ao explicar o interesse do governo pela ampliação das linhas regionais, a ministra adiantou que o BNDES estuda a criação de uma linha de crédito específica para o setor. O esforço envolve também a Fundação Getulio Vargas (FGV), que nos próximos dias apresentará ao ministério um estudo com indicação das rotas que deveriam ser incentivadas pelo governo.

— As linhas aéreas regionais muitas vezes não utilizam aviões novos. Portanto, elas podem comprar aviões usados — disse Marta.

Pequenas sofrem com a concorrência, segundo Marta Para a ministra, o colapso nos aeroportos foi decorrência da crise da Varig e do aumento do número de passageiros, estimulados pela estabilidade da economia.

— Os aviões que a Gol (nova controladora da Varig) comprou, e vão solucionar parte dos problemas dos nossos aeroportos, devem chegar apenas no segundo semestre. Aí, sim, teremos um alívio na questão aérea.

A ministra admitiu a necessidade de criar mecanismos para defender as empresas aéreas regionais, que sofrem com a concorrência das grandes companhias aéreas.

— Estamos estudando como fazer para proteger as pequenas — afirmou a ministra. Fonte jornal O Globo