quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PT: um novo pacto majoritário com a participação das bases é possível


O resultado do primeiro turno das eleições internas no PT abre uma possibilidade real de construir um novo consenso majoritário, com destaque para a participação da base militante neste processo.

A realização desse segundo turno permite, mesmo com poucos dias pois ele está marcado em 16 de dezembro, destacar os pontos de convergência entre as duas principais forças, delimitando o campo dessa nova maioria.

A base partidária poderá assim pesar no rumo do partido, reforçando os elementos unitários e clarificando as divergências existentes. No lugar do acordo entre dirigentes a portas fechadas, uma clarificação política para sustentar um pacto majoritário.

Está possibilidade existe na medida em que tanto Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, como as correntes que estão agrupadas no apoio a ambos, compartilham pontos centrais acumulados em todos estes anos pelo PT, particularmente depois da vitória do Lula em 2002. Estes pontos concernem a governabilidade e as políticas de alianças; a independência do partido e dos movimentos sociais perante o Estado, mesmo no nosso governo; o apoio e a participação destacada do partido nos rumos da política governamental e a firme defesa do partido perante os ataques da direita e de setores da mídia.

Ela inclui também, e com destaque, a crítica aos erros e desvios no campo do financiamento irregular das campanhas eleitorais, crítica e autocrítica que foi publicamente assumida pela maioria do PT e de seus dirigentes. Está convergência construída a luz do dia resgata assim o patrimônio ético do PT, em correspondência com sua história e não contra ela, com seus quadros e não por cima deles. Ela recusa a hipocrisia dos fariseus adversários do PT e do governo Lula, que se servem dos erros e desvios dos quais nenhum deles está isento, para jogar o PT no lixo e inviabilizar o governo federal.

Todas as correntes do PT, os que foram seus candidatos no primeiro turno, e agora particulamente Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, estão confrontados com este desafio e deverão assumir suas posições às claras.

Para o presidente Lula, para o PT, para suas filiadas e filiados que responderam presentes neste processo, o caminho da configuração de uma maioria renovada e ancorada no debate construtivo deste segundo turno é uma oportunidade maior.

Mãos a obra

Luis Favre

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