Brasil melhora em matemáticas e leitura, mas falta muito!
Pisa 2006
Alunos brasileiros estão entre os piores em matemática, mas país progride na qualidade do ensino da matéria
RIO - Os alunos brasileiros estão entre os piores em conhecimentos de matemática e capacidade de leitura, segundo o relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa 2006) elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). De acordo com a pesquisa, que analisou as habilidades de 400 mil alunos na faixa dos 15 anos em 57 países em 2006, o Brasil foi o quarto pior no ranking de matemática, e o pior entre os países sul-americanos, mas também obteve o quarto maior progresso se comparado a 2003. Os alunos brasileiros marcaram 370 pontos em matemática, 13 a mais do que em 2003, quando foi feita a última sondagem. Superado neste quesito apenas por Indonésia, México e Grécia, o país, no entanto, não obteve resultados expressivos nas demais categorias do estudo, que analisa conhecimentos científicos, lingüísticos e matemáticos.
" Apesar de ser o pior resultado, foi em matemática que mais conseguimos evoluir (Reynaldo Fernandes, presidente do Inep) "
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - órgão responsável pela coordenação do Pisa no Brasil -, Reynaldo Fernandes, apesar de ter o pior resultado em conhecimentos de matemática, foi na matéria que os estudantes brasileiros mais melhoraram desde o último estudo, realizado em 2003.
- Apesar de ser o pior, foi o que mais conseguimos evoluir - disse Fernandes.
No Brasil, região Sul tem as melhores notasEm sua terceira participação no Pisa, o Brasil mostrou desempenho similar aos anos anteriores em ciências, uma ligeira queda em leitura e um aumento significativo em matemática. A região Sul obteve as melhores notas, e a região Nordeste, as piores. O Sul apresentou o melhor desempenho nas três áreas. Em segundo lugar ficou o Centro-Oeste em matemática e ciências, e o sudeste em leitura. Essas duas regiões se revezam no terceiro lugar.
Na avaliação das capacidades científicas, o Brasil obteve 390 pontos , à frente apenas da Colômbia (388) - entre os países sul-americanos que participaram do Pisa -, e da Tunísia, Azerbaijão, Catar e Quirguistão. O melhor sul-americano é o Chile, com 438 pontos, seguido por Uruguai (428) e Argentina (391). A líder geral é a Finlândia, que obteve 563 pontos, muito à frente de Hong Kong (542), segundo colocado, seguido por Canadá (534), Taiwan (532), Estônia e Japão (531). A qualificação média entre os países da OCDE foi de 500 pontos. Abaixo dessa pontuação aparecem países como Estados Unidos (489), Espanha (488), Noruega (487), Itália (475), Turquia (424) e México (410).
Especialistas avaliam que a má formação dos professores seja uma das principais causas do fraco desempenho dos estudantes brasileiros . Um estudo do Ministério da Educação (MEC) revela que sete em cada dez professores de ciências das escolas no Brasil não têm formação específica para lecionar a disciplina. A maioria fez faculdade em outra área e alguns não têm sequer diploma universitário. O problema se agrava entre os professores de física: 90% e 86% deles, respectivamente, não concluíram o curso apropriado. A pesquisa foi feita com base em dados de 2003 para turmas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental (ou 6º ao 9º ano, onde o ensino fundamental dura nove anos).
A prova de conhecimentos científicos englobou questões referentes a cultivos transgênicos, telas solares, roupas "inteligentes", questões de geologia, história das vacinas, exercícios físicos, chuva ácida e efeito estufa.
Brasil também entre os piores no ranking de capacidades de leitura" Estudo do MEC revela que sete em cada dez professores de ciências das escolas no Brasil não têm formação específica para lecionar a disciplina "
Na avaliação das capacidades de leitura, o Brasil obteve 393 pontos, ficando entre os oitos piores. O país aparece à frente de Colômbia (385) e Argentina (374). No entanto, é superado por Chile (442) e Uruguai (413), entre os sul-americanos. A Coréia do Sul lidera a avaliação, com 556 pontos. A Finlândia vem logo atrás, com 547, seguida por Hong Kong (536), Canadá (527), Nova Zelândia (521), Irlanda e Austrália (517). Abaixo da média da OCDE, de 492 pontos, estão, entre outros, Itália (469), Espanha (461), Turquia (447) e México (410).
Dos 57 países avaliados, trinta fazem parte da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Outro estudo, desta vez da Unesco e que foi divulgado na sexta-feira, considera que, com 15 milhões de analfabetos (40% dos 38 milhões de pessoas que não sabem ler na América Latina, o Brasil está longe de cumprir as metas de educação estabelcidas pela entidade .
Por outro lado, a USP conseguiu figurar no ranking elaborado pelo Conselho de Taiwan para Avaliação e Acreditação de Ensino Superior . Na lista, que considera 500 instituições, a universidade federal paulista ocupa a 94ª posição. A pesquisa avalia a performance da produção científica em universidades do mundo todo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário