terça-feira, 2 de outubro de 2007

Momento é favorável ao Brasil, aponta Deutsche Bank

Assis Moreira
Jornal Valor

As perspectivas de crescimento do mercado financeiro no Brasil são "excelentes"', estima o Deutsche Bank, um dos maiores grupos bancários do mundo, em nota divulgada ontem em Frankfurt.


O banco destaca que as emissões de ações e obrigações atingiram um nível sem precedentes, o fluxo de investimentos diretos estrangeiros (IDE) bate recorde, o real apresenta uma dos melhores desempenhos entre as moedas nos últimos dois anos, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tem altas históricas.


Para o Deutsche, isso mostra que a estabilização econômica que se seguiu a crise de 2002 "finalmente começa a dar seus frutos". E aposta que a atual política de disciplina fiscal e monetária será mantida além de 2010, quando haverá nova eleição presidencial.


As perspectivas de estabilidade econômica no longo prazo, maior expansão econômica e menor taxa de juros (com custo de capital mais baixo) tem resultado num aumento sem precedentes nas atividades dos mercados financeiros, destaca a instituição.


Apoiando avaliação normalmente feita pelo governo, o Deutsche Bank, destaca que outras fases de expansão econômica e financeira foram baseadas em deterioração fiscal e externa. Agora, estima que o "boom" está ocorrendo num cenário de queda do débito público e melhora nas contas externas. E que "até mesmo" o mercado de hipotecas está decolando.


O banco alemão reconhece que a fase de expansão da economia brasileira foi favorecida pela aceleração do crescimento da economia global, preços das commodities em alta e liquidez internacional que ajudou os mercados financeiros e a apreciação de ativos entre as economias emergentes.


Apesar de sobressaltos recentes, o banco estima que a situação internacional continuará a ser interessante para os ativos brasileiros no médio prazo. A integração da China na economia mundial continuará a beneficiar o Brasil. O país também deverá receber mais investimentos chineses. Até agora, Pequim só investiu uma pequena parte dos US$ 100 bilhões prometidos pelo presidente Hu Jintao durante sua visita em 2004 a América latina. E o Brasil, pela sua riqueza natural, é o que deve receber a maior fatia.


A instituição alemã mantém a previsão de que a economia brasileira como um todo será tornará credor externo liquido em 2009. O Deutsche mantém a aposta num crescimento econômico entre 4-5% neste e no próximo ano. Conclui que o país está longe de alcançar todo seu potencial econômico. E alerta para "riscos consideráveis" a obtenção de maior expansão econômica no médio prazo por causa de problemas de infra-estrutura e regulamentações.


Ainda assim, as perspectivas econômicas e financeiras continuarão elevadas, graças a estabilidade econômica e queda dos juros, entre outros fatores.

Nenhum comentário: