Plano nacional estimula expectativas do trade
18/06/2007 - JORNAL DO COMÉRCIO - Economia - p. 14
O lançamento do Plano Nacional de Turismo (PNT) gerou uma expectativa positiva no trade gaúcho. O anúncio de investimentos do orçamento federal de R$ 6,6 bilhões no setor até 2010 e a oferta do crédito consignado para aposentados comprarem pacotes turísticos promocionais devem ampliar a receita de todo a cadeia turística.
A presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav/RS), Carmen Corrêa Marun, destaca que, se o governo aplicar efetivamente em estruturação dos aeroportos, na manutenção das estradas e na sinalização, o resultado será bastante positivo. "O Brasil está com a imagem prejudicada em função do problema nos aeroportos e isso precisa . ser resolvido", destaca a empresária.
Para o presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), Daniel Antoniolli, o simples fato de o Brasil ter criado um plano nacional do turismo já é bastante positivo. "Nunca tivemos uma política séria, aliás não tínhamos nem um ministério do Turismo. A proposta de longo prazo indica que o Brasil, pelo menos em nível federal, está consciente da importância do setor", avalia Antonioni.
Além de infra-estrutura, os investimentos do governo irão contemplar ações de divulgação dos roteiros brasileiros no mercado interno e externo. O chamado PAC do Turismo (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê a criação de 1,7 milhão de novos empregos e receita de US$ 7,7 bilhões em divisas para o País. Além de atrair turistas estrangeiros, o projeto busca estimular as viagens internas.
Para isso, urna das medidas previstas é a oferta do crédito consignado para que aposentados do INSS possam comprar pacotes turísticos promocionais. De acordo com o divulgado pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, os pacotes custarão entre R$ 500,00 e R$ 600,00 e poderão ser pagos em 12 meses com juros abaixo de 1%. A prioridade do governo será o Nordeste, em função de a região ser economicamente deprimida.
"O projeto para a terceira idade é ótimo, mas precisamos direcionar algo para o Rio Grande do Sul", diz Antonioni. Segundo ele, é preciso que os governos locais, empresas e entidades se organizem e busquem, junto ao governo federal, que a região Sul também seja contemplada.
Já para as agências de viagens locais, principalmente as emissivas, o foco na terceira idade e em viagens nacionais é considerado bastante positivo. "Os aposentados dispõem de mais tempo e de condições financeiras para viajarem", explica Carmen. Mas ela ressalta que, dependendo do pacote, a compra direta das companhias aéreas é mais vantajosa, pois algumas oferecem passagens sem juros, assim como algumas operadoras. Carmen diz que em função da diversidade de ofertas e modalidades de pagamento essa análise é melhor executada por um agente de viagem.
"E fundamental fortalecer o Ministério do Turismo e a segunda fase do Plano Nacional de Turismo lançada pela ministra Marta Suplicy. O PNT garante a continuidade de um trabalho que alcançou resultados significativos para o setor nos últimos quatro anos, ressalta as diretrizes de inclusão social e de sustentabilidade e dará forte estímulo ao turismo interno, o que é muito bom para a cidade de Porto Alegre. Além disso, sua elaboração contou com expressiva participação da área privada, o que reforça sua importância e alcance", afirma a secretária de Turismo de Porto Alegre, Angela Baldino.
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