Todas as correntes do PT têm o desafio: Construir um novo pacto majoritário
A Folha de São Paulo de hoje aborda o processo de eleições no PT de cara ao segundo turno. No artigo a uma referencia a meu artigo, publicado ontem neste blog.
Disse a Folha:
""Pacto majoritário"
Apesar de tantas semelhanças entre as duas candidaturas, o presidente do PT negou ontem, em nota à militância, que tenha procurado Tatto em busca de uma composição que evitasse o segundo turno.
Conforme revelou a Folha anteontem, emissários de Berzoini encamparam a idéia e chegaram a negociar com adversários. "Não aceito nenhuma tratativa em relação ao segundo turno que não seja programática", disse.
Já o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, um dos coordenadores da campanha de Berzoini, reconhece o movimento, mas diz que ele não tem o apoio do comando. "Não temos a intenção de recompor o Campo Majoritário [que comandou a sigla até o mensalão]."
Em seu blog, Luis Favre, marido da ministra Marta Suplicy (Turismo), pregou a criação de um "pacto majoritário".
"Essa possibilidade existe na medida em que, tanto Berzoini e Tatto, como as correntes que estão agrupadas no apoio a ambos, compartilham pontos centrais acumulados em todos esses anos pelo PT", afirmou."
Como o artigo fala de tentativas de reconstituir o antigo campo majoritário, que ninguém que eu saiba defende no PT (o fato de alguns apoiadores de José Eduardo Cardoso manifestarem sua intenção de apoiar Berzoini não pode ser considerado como uma reconstituição do antigo Campo Majoritário), a citação do meu texto fora de contexto, nada esclarece.
Reproduzo a seguir meu artigo:
PT: um novo pacto majoritário com a participação das bases é possível
O resultado do primeiro turno das eleições internas no PT abre uma possibilidade real de construir um novo consenso majoritário, com destaque para a participação da base militante neste processo.
A realização desse segundo turno permite, mesmo com poucos dias pois ele está marcado em 16 de dezembro, destacar os pontos de convergência entre as duas principais forças, delimitando o campo dessa nova maioria.
A base partidária poderá assim pesar no rumo do partido, reforçando os elementos unitários e clarificando as divergências existentes. No lugar do acordo entre dirigentes a portas fechadas, uma clarificação política para sustentar um pacto majoritário.
Está possibilidade existe na medida em que tanto Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, como as correntes que estão agrupadas no apoio a ambos, compartilham pontos centrais acumulados em todos estes anos pelo PT, particularmente depois da vitória do Lula em 2002. Estes pontos concernem a governabilidade e as políticas de alianças; a independência do partido e dos movimentos sociais perante o Estado, mesmo no nosso governo; o apoio e a participação destacada do partido nos rumos da política governamental e a firme defesa do partido perante os ataques da direita e de setores da mídia.
Ela inclui também, e com destaque, a crítica aos erros e desvios no campo do financiamento irregular das campanhas eleitorais, crítica e autocrítica que foi publicamente assumida pela maioria do PT e de seus dirigentes. Está convergência construída a luz do dia resgata assim o patrimônio ético do PT, em correspondência com sua história e não contra ela, com seus quadros e não por cima deles. Ela recusa a hipocrisia dos fariseus adversários do PT e do governo Lula, que se servem dos erros e desvios dos quais nenhum deles está isento, para jogar o PT no lixo e inviabilizar o governo federal.
Todas as correntes do PT, os que foram seus candidatos no primeiro turno, e agora particulamente Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, estão confrontados com este desafio e deverão assumir suas posições às claras.
Para o presidente Lula, para o PT, para suas filiadas e filiados que responderam presentes neste processo, o caminho da configuração de uma maioria renovada e ancorada no debate construtivo deste segundo turno é uma oportunidade maior.
Mãos a obra
Luis Favre
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