domingo, 16 de dezembro de 2007

Berzoini e Tatto disputam segundo turno para presidência do PT neste domingo

O Globo Online

Os deputados Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto, que disputam a presidência nacional do PT em segundo turno, durante debate organizado pelo partido - Givaldo Barbosa/ O Globo

RIO - Os deputados federais por São Paulo Ricardo Berzoini (Construindo um Novo Brasil) e Jilmar Tatto (Partido é pra Lutar) disputam neste domingo o segundo turno da eleição que vai escolher o presidente do PT para os próximos dois anos. No primeiro turno, votaram 326.147 militantes, e Berzoini teve 131.699 votos, contra 61.440 de Tatto. A expectativa é de que o número de eleitores seja até 50% menor. O resultado deve sair até quarta-feira. A votação começou às 9h (horário de Brasília) e vai até as 17h.

Os candidatos das tendências esquerdistas devem apoiar Tatto, porém, a corrente Mensagem ao Partido, do ministro da Justiça, Tarso Genro, e de José Eduardo Cardozo, terceiro colocado no turno inicial com 57.964 votos, liberou o voto dos militantes. A expectativa é que a maioria vote em Berzoini, atual presidente e favorito no pleito deste domingo.

A sede nacional do PT, em Brasília, promoveu debate entre os dois candidatos nesta reta final de campanha. Durante mais de uma hora, eles apresentaram suas propostas e posicionamentos políticos com relação à condução do PT nos próximos dois anos.

Berzoini e Tatto destacaram o acúmulo político conquistado pelo PT, principalmente nas eleições de 2006, com a reeleição de Lula à presidência da República, a maior votação para deputados federais entre todas as legendas e a conquista de cinco governos estaduais.

Tanto Berzoini como Tatto consideram a preparação do PT para a disputa das eleições presidenciais em 2010 um dos grandes desafios para o partido.

Para Tatto, o PT deve trabalhar para consolidar uma candidatura própria em 2010, com a apresentação de um programa que defenda o governo Lula e da negociação de uma aliança com os partidos de centro-esquerda que já fazem parte da coalizão atual.

Berzoini afirmou que não existem argumentos contra uma candidatura própria do partido para a sucessão de Lula, mas adiantou que para isso é necessária a construção de um cenário político favorável, com a elaboração de um programa que não tenha apenas o apoio dos partidos aliados, mas do conjunto da sociedade brasileira.

Candidatos debateram muito a relação do PT com os movimentos sociais

A relação do PT com os movimentos sociais do país foi bastante debatida pelos dois candidatos. Tatto acredita que o partido precisa mudar a sua agenda política para resgatar o diálogo com os movimentos popular e sindical, para atuar na defesa de questões como a implantação das 40 horas semanais e o debate em torno de uma educação pública de qualidade. Ele defende uma relação mais direta entre o governo Lula e os movimentos.

Para Berzoini, o partido não se afastou dos movimentos sociais porque existem diversos petistas atuando na organização da sociedade civil e em diversas frentes de luta. Ele afirmou que o petista que atua no movimento está investido de poder para reivindicar melhorias, enquanto que os que estão no governo federal estão investidos da condição de realizar políticas de Estado. Na sua opinião, as contradições resultantes deste processo são naturais, principalmente para um partido que tem projeto de poder como o PT.

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