domingo, 7 de outubro de 2007

Grau de investimento pode atrair mais US$ 50 bi

Com melhora na classificação feita pelas agências de risco, país receberia o dobro dos recursos de estrangeiros

Patrícia Duarte


O Globo


BRASÍLIA. A um pequeno passo de alcançar o tão esperado grau (recomendação) de investimento, o Brasil ainda está longe de colher todos os benefícios da boa nova que se avizinha. Isso significa que, quando for alçado ao topo da classificação das economias globais, haverá aumento expressivo no ingresso de recursos estrangeiros no país. A estimativa dos especialistas é de que poderão desembarcar no Brasil quase US$ 50 bilhões a mais por ano, entre aplicações financeiras e investimentos no setor produtivo.
Com isso, o país receberia cerca de US$ 100 bilhões anuais.

Hoje, o mercado financeiro brasileiro — considerando bolsa de valores, títulos públicos e fundos — atrai cerca de US$ 20 bilhões por ano. A elevação da nota pelas agências de classificação de risco poderá aumentar em US$ 10 bilhões, ou 50%, este montante a cada ano. Sob a ótica dos investimentos estrangeiros diretos (IED), o potencial é ainda maior: US$ 40 bilhões anuais extras. O Brasil receberá em 2007, estima o Banco Central, US$ 32 bilhões só em IED.

O grau de investimento é importante para um país por indicar que as chances de haver calote são mínimas, o que acaba atraindo muitos investidores.

Hoje, pelas principais agências, o Brasil está a apenas um degrau deste status. Na avaliação dos especialistas e do governo, a promoção sairá até o fim de 2008 — boa parte deles crê que a data será o fim do primeiro semestre.

Hoje, apesar do bom momento econômico, o Brasil não pode receber mais recursos porque há impedimento legal: fundos de pensão e fundos financeiros internacionais são proibidos de aplicar em países que não têm o grau de investimento. Boa parte está só esperando o sinal verde para entrar.

— O que acontece em mercados emergentes, como o brasileiro, é uma competição acirrada pelo investidor. Com o investment grade, o Brasil ganha força e tem muito investidor já de olho — avalia o diretor da Quest Investimentos, Marcelo Villela, que acredita na reclassificação já no primeiro semestre de 2008.

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