Cristina Kirchner reafirma 'associação estratégica' entre Argentina e Brasil
Ueslei Marcelino/Folha Imagem
Em visita a Brasília, candidata defendeu integração energética na região.
Denize Bacoccina - BBC
De Brasília - A senadora e candidata favorita à Presidência da Argentina, Cristina Kirchner, disse nesta quarta-feira, em visita ao Brasil, que veio "reafirmar a associação estratégica entre Argentina e Brasil".
Ela também defendeu a integração energética na região, envolvendo ainda Bolívia e Venezuela, países que considera "chaves" para o abastecimento da região.
Cristina disse que Brasil e Argentina vivem "um período inédito de aproximação, uma sintonia fina" e que devem expandir a associação estratégica para outros países.
"Além de Argentina e Brasil, que ela se expanda para toda a região para se constituir um bloco econômico e político. O mundo está se configurado em blocos e nosso desafio é o aprofundamento do que formamos, como sócios estratégicos no Mercosul", afirmou a senadora em uma rápida entrevista, após reunião no Itamaraty com um grupo de empresários brasileiros com investimentos na Argentina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu Cristina em almoço no Palácio da Alvorada, convidou a candidata a, se for eleita no pleito do dia 28, visitar o Brasil antes mesmo da posse, em dezembro.
Cristina Kirchner é a candidata favorita em todas as pesquisas de intenção de voto publicadas nos últimos dias, mas os números não indicam se ela vence já no primeiro turno.
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, que participou do encontro, disse que Cristina e Lula falaram sobre os interesses comuns em projetos de cooperação energética envolvendo também a Bolívia e a Venezuela.
"Eu acho que este programa, a se cumprir na Argentina, nos permite prosseguir essa integração", afirmou Garcia. Além de economia, a cooperação entre Brasil e Argentina pode se dar também na área científica e tecnológica, segundo ele. "Inclusive em alguns domínios de ponta, como é o caso de energia nuclear", disse.
Em apresentação aos empresários, Cristina prometeu continuidade em relação ao governo do marido, Néstor Kirchner, e disse que a oferta de energia - um dos grandes problemas do país atualmente - será ampliada em 10% até 2009.
O assessor especial disse que ela não pediu apoio do Brasil para a eleição. "Evidentemente a eleição na Argentina tem outras questões, e o Brasil é um capítulo mínimo", afirmou.
Cristina também foi questionada pelos empresários sobre a real taxa de inflação, que alguns analistas dizem estaria em torno de 17% ao ano. "Ela corrigiu os números e disse que é inferior a 10% de agosto a agosto", afirmou Garcia.
A candidata veio ao Brasil acompanhada dos ministros das Relações Exteriores, Jorge Taiana, da Economia, Miguel Peirano, e do porta-voz da Presidência, Miguel Núñez. BBC Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário