resposta ao Centro Simon Wiesenthal
São Paulo, 02 de agosto de 2007.
Ao Dr. Shimon Samuels
Diretor de relações internacionais
Ao Lic. Sergio D. Widder
Representante para a América Latina
Centro Simon Wieshental
Recebemos hoje, através de um jornalista da agência Reuters, em formato PDF enviado por correio eletrônico, a carta que vocês dirigiram ao Partido dos Trabalhadores, acerca do protocolo de cooperação firmado entre o Partido Baath da Síria e o PT do Brasil.
Posteriormente, recebemos uma ligação do jornal O Globo, solicitando nossa opinião sobre vossa carta, que chegou aos escritórios do Partido, via fax, as 11h28, horário Brasília.
Registramos com estranheza este procedimento.
Sobre o conteúdo de vossa carta, rogamos que façam novamente a leitura do acordo de cooperação assinado no dia 30 de maio de 2007.
Lá se fala em "incentivar a troca de visitas de delegações oficiais entre os Partidos em datas acordadas antecipadamente, objetivando a troca de idéias e pontos de vista a respeito das causas comuns"; promover "a troca de visitas entre delegações especializadas, em datas acordadas antecipadamente, objetivando a troca de experiência a respeito da logística de trabalho de cada Partido, e a troca de experiências"; promover a "troca de publicações e de documentos partidários importantes"; promover "a troca de convites para que cada Partido possa participar nos Congressos e Conferências do outro, de acordo com as tradições de cada Partido"; "em buscar coordenar os pontos de vista durante a sua participação em Congressos e Fóruns regionais e internacionais"; em trabalhar "no sentido de fortalecer as relações de amizade e cooperação entre as organizações populares e as sociedades representantes da sociedade civil, objetivando o intercâmbio de experiências".
O PT mantém acordos de cooperação deste tipo, com vários partidos políticos, na Europa, na América Latina, na Ásia e na África.
Ter um acordo de cooperação com um determinado partido, não significa necessariamente que o PT esteja de acordo, total ou parcial, com a ideologia, com a história e com as ações governamentais destes partidos.
O PT defende a paz e a democracia no mundo e no Oriente Médio. Somos contra o terrorismo, inclusive o terrorismo de Estado. E somos contra a política de guerra adotada pelo governo norte-americano, que tem contribuído para desestabilizar toda a região.
Para conseguir a paz, não ajuda sair distribuindo "certificados seletivos de terrorismo", que na prática servem para alguns governos que se consideram campeões da democracia, excluírem do diálogo atores de enorme importância política, partidos políticos reconhecidos em seus países, com grande apoio popular, parlamentares e governantes eleitos.
Por tudo isto, achamos que o acordo de cooperação firmado entre o PT e o Partido Baath da Síria é um ato em favor da paz.
Nos colocamos a disposição do Centro Simon Wieshental, tanto para esclarecer algo mais, quanto como facilitar nos contatos que queiram manter com o próprio Partido Baath e/ou com o governo da Síria, para apresentar quaisquer queixas, demandas e posicionamentos.
Atenciosamente,
Ricardo Berzoini
Presidente nacional do PT
Valter Pomar
Secretário de relações internacionais do PT
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