Informe JB: Para Dirceu, PT está sem bandeira
Sérgio Pardellas
No que depender do ex-ministro José Dirceu, um novo Partido dos Trabalhadores emergirá das urnas este ano. Apesar de defender a reeleição do atual presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), provável candidato do antigo Campo Majoritário, corrente desgastada pelos escândalos que envolveram seus principais dirigentes nos últimos anos, Dirceu recita o discurso da renovação.
- O partido está completamente sem bandeira - reconheceu o ex-ministro durante evento de lançamento do seu novo site na internet, semana passada, em Brasília.
Para Dirceu, o PT precisa resgatar o elo com a juventude, aproximar-se da classe média e voltar a empunhar as bandeiras das reformas política e tributária, e da democratização da mídia. Na seara política, o petista promete trabalhar nos bastidores para aproximar o partido do PSB e PCdoB, embora considere a tarefa espinhosa. Em sua avaliação, as eleições municipais de 2008 serão o grande teste da coalizão governista.
- Apesar de a coalizão aprovar tudo no Congresso, não há um programa comum. Faltam regras claras - disse.
Mesmo sem o acerto de contas prometido pelo Campo Majoritário, destinado a punir de maneira exemplar os responsáveis pela grave crise ética e moral em que mergulhou o partido, Dirceu acredita que a tendência petista, depois de ganhar fôlego na correlação de forças internas, terá condições políticas para empreender as mudanças necessárias ao PT.
Berzoini, segundo Dirceu, é favorito porque o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, "não tem saúde, nem voto" para vencer; o ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, carece de apoio; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, "nem pensa em deixar o governo".
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