Sobre a parcialidade
Blog de Mino
Um estudo do IUPERJ sobre o comportamento da mídia durante a campanha das eleições de 2006 acusa a clamorosa parcialidade das coberturas de Globo, Estadão e Folha de S.Paulo. Vai sair na próxima edição de CartaCapital, apontada pelo estudo como o único órgão que informou corretamente. É a história de sempre, o enésimo capítulo de um enredo sem fim que vê a mídia alinhar-se de um lado só quando os donos do poder enxergam a aproximação de algum risco para o seu bom-bom. E reparem que desde a posse de Lula reeleito tudo continua como dantes. A mídia busca precipitar uma crise a todo custo. Pretendeu-se transformar Vavá em excelente corruptor sem a mais pálida prova, e sem levar em conta a personalidade do irmão do presidente, figura bastante modesta, digamos assim. Diferente é o caso de Renan Calheiros. O filho fora do casamento não é, obviamente, o ponto. O problema está no fato de que se acumulam as evidências dos envolvimentos de Calheiros em esquemas suspeitos, com a guarnição de atrapalhadas tragicômicas cometidas pelo próprio. Pergunto aos meus solertes botões: se os acontecimentos de hoje tivessem ocorrido no tempo em que Calheiros era ministro de Fernando Henrique, seriam explorados com a mesma sofreguidão midiática? Respondem de pronto: nunca, jamais, talvez nem viessem à tona. E já que citei FHC, recomendo a leitura da Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim, inquirido na rua por um admirador de sotaque pernambucano, a lhe perguntar com expressão sabiamente sonsa: por que falam tanto do filho do Renan e nada se falou, em outra época, do filho do Fernando Henrique? Diga-se que a Globo conhecia o entrecho cabuloso de cor e salteado, a mãe solteira era funcionária da casa e, como tal, foi enviada para o exterior e ali mantida no resguardo. Aliás, outras moças globais deram-se bem com políticos.
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