segunda-feira, 11 de junho de 2007

Parada Gay

por John Kennedy Ferreira

“in memória do companheiro Beto, militante socialista e do CGLTB de São Paulo”


Em 1996, o coletivo de Gays do PT convidou Lincoln Secco e eu para discutirmos socialismo e conjuntura. Estávamos no início da campanha eleitoral e o coletivo havia lançado um candidato a vereador, o bate papo foi muito bom especialmente pelas intervenções de Secco que fez uma profunda reconstrução histórica do debate entre o homossexualismo e o socialismo partindo da contribuição de Oscar Wilde até chegar aos nossos dias, sem escamotear a repressão desumana e doentia que se processou (e se processa) em vários países ditos socialistas e sem deixar silenciar, a fragilidade da contribuição marxista e de outras correntes de pensamento socialista, comunista, anarquista sobre o tema.

A conjuntura era muito ruim e o discurso homofóbico ganhava as ruas, reforçada pelo preconceito contra a Aids e também pelas falas de inúmeros políticos e setores conservadores e reacionários da sociedade brasileira e paulista.


Naquele ano, vários gays tinham sidos mortos e espancados em saídas de boates e bares gays em São Paulo e a comunidade estava assustada.


Como uma das sugestões feitas de encaminhamento, apareceu a idéia de realizar em São Paulo uma manifestação aos moldes das organizadas em São Francisco, contra homofobia e o preconceito em relação a AIDS (muito bem narrada no filme-documentário “E a Vida Continua”), assim nasceu alguns meses depois a primeira parada GAY.

O primeiro evento contou com menos de 100 pessoas e só mereceu uma pequena nota nos jornais pela novidade do protesto e da presença de algumas personalidades como a deputada Marta Suplicy e seu marido na época, o Senador Eduardo Suplicy. Leia mais aqui Lista Eskuerra

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