A Copa do Mundo é nossa. Isso é bom para o turismo?
Jeanine Pires *
O Estado de São Paulo
As alegrias e recompensas com a Copa de 2014 devem ir muito além dos gramados. Um dos setores que mais tem a ganhar é o turismo. No histórico das últimas Copas, os países que foram sede do evento se beneficiaram de um aumento significativo no número de turistas e na entrada de divisas. Mais do que os números, a exposição constante e positiva de imagem durante anos trouxe impactos para além do evento. Depois de 2014, o Brasil ocupará um novo lugar no mercado turístico mundial.
Na estimativa inicial do Ministério do Turismo, o Brasil deve receber 500 mil turistas estrangeiros a mais em 2014, que devem deixar aqui, diretamente, cerca de US$ 750 milhões - números que podem e devem crescer. De agora em diante, a Copa será um dos cartões-postais para reforçar o trabalho de promoção da imagem do Brasil feito pela Embratur no exterior. Nosso objetivo não é só receber mais turistas durante a Copa, mas aumentar o fluxo após o evento, como ocorreu na Alemanha, depois de 2006.
A Copa nos credencia, definitivamente, como País capaz de ser sede de grandes eventos. O Brasil já vem de um sucesso na realização dos Jogos Pan-Americanos - que ocorreram de forma impecável desde as instalações esportivas até a segurança de turistas e atletas. Ser um destino de eventos e negócios no mundo nos interessa muito.
O turista que vem ao País com esse objetivo tem gasto médio bem maior do que aquele que vem a lazer. Nossas pesquisas indicam que 97,9% desses visitantes têm intenção de voltar ao Brasil para conhecer outros lugares. Esse será nosso foco na promoção internacional: convencer o turista que virá à Copa a voltar.
O Brasil já evoluiu muito nessa área, graças à atenção que vem sendo dada pela Embratur na captação de eventos internacionais. Em 2002, ocupávamos o 22º lugar no mundo em eventos internacionais realizados. Hoje, já estamos na sétima posição. E, além de São Paulo e Rio, outras cidades brasileiras, como Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Recife, Goiânia, Brasília e Manaus vêm criando condições para a realização de grandes eventos, com infra-estrutura, serviços de qualidade e profissionais capacitados.
Temos muito trabalho pela frente. Mas estou certa de que a organização da Copa será impecável. O planejamento público e privado garantirá que cada etapa das obras de infra-estrutura seja cumprida. E nossa cadeia turística fará os investimentos necessários para garantir serviços, entretenimento e todas as condições para que equipes, turistas, jornalistas e torcedores desfrutem do melhor que o Brasil pode oferecer.
A promoção do Brasil como país-sede da Copa do Mundo 2014 começa já. De 12 a 15 de novembro, em Londres, durante o World Travel Market (WTM), uma das maiores feiras internacionais de turismo do mundo, o futebol já será a estrela da participação brasileira. Operadores e agentes de viagens ingleses serão recebidos em nosso estande com sugestões de roteiros.
Será o início de um trabalho que poderá fazer do turismo também um campeão - na criação de emprego e renda, na entrada de divisas para o País e na recepção de um número cada vez maior de estrangeiros, encantados com nosso futebol e, também, com nossa natureza, nossa cultura, nossa alegria e nossa diversidade.
* Jeanine Pires, presidente da Embratur
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