PT de São Paulo espera sinalização de Marta até janeiro
Vereadores paulistanos pressionam ministra a concorrer, pois temem que bancada diminua se sigla lançar outro nome
Partido avalia que precisa de tempo para construir uma candidatura alternativa capaz de enfrentar Kassab, do DEM, e Alckmin, do PSDB
JOSÉ ALBERTO BOMBIGDA REPORTAGEM LOCAL - FOLHA DE SÃO PAULO
O PT paulista espera para janeiro uma sinalização da ministra do Turismo, Marta Suplicy, para decidir se poderá contar com ela na disputa pela Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem.
Os principais líderes do partido na capital avaliam que até o final do primeiro mês de 2008 ela deverá indicar, pelo menos internamente, se tem alguma intenção de aceitar o desafio de concorrer pela terceira vez ao cargo de prefeita -ela foi eleita em 2000, mas perdeu a eleição em 2004- ou se pretende permanecer no Turismo até 2010.
Até agora, Marta é o principal nome do partido para a eleição, mas, quando questionada sobre o tema, tem repetido que está feliz no ministério.
A maior pressão para que ela concorra em 2008 vem da atual bancada de vereadores do PT. Os parlamentares, 12 no total, estimam que terão muitas dificuldades nas urnas se a ministra não disputar a eleição -a previsão é que o número de cadeiras hoje em poder do partido terminará diminuindo.
Legislação
Conforme a Lei Eleitoral, Marta tem até o final de março para se desincompatibilizar do Turismo, mas, se deixar para a última hora e não aceitar concorrer, a ministra poderia atrapalhar o partido, que ficaria sem tempo de "construir" uma candidatura em uma eleição na qual o PT terá adversários pesos-pesados, no entendimento de alguns membros do PT.
A previsão dos petistas é a de que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) disputará a reeleição e terá como um dos adversários o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato a presidente derrotado por Lula no segundo turno em 2006.
Alckmin ainda não declarou ser candidato a prefeito. Ex-governador do Estado, porém, ele desponta como favorito nas pesquisas de intenção de votos para o ano que vem. De acordo com o último levantamento do Datafolha, realizado em agosto, o tucano aparece na frente em todos os cinco cenários em que seu nome é apresentado como candidato à Prefeitura de São Paulo, com percentuais que variam de 30% a 41%, de acordo com o adversário.
Além de se dizer satisfeita com o ministério, Marta tem se mostrado seduzida pela possibilidade de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes ou até mesmo ao Palácio do Planalto em 2010. Por isso, preferia se guardar para a disputa futura.
Entre seus aliados, no entanto, há quem avalie que ela chegará forte em 2010 mesmo se for derrotada no ano que vem, desde que consiga chegar ao segundo turno e faça uma campanha centrada em suas realizações e nas do governo Lula.
Disputa interna
O temor dos "martistas" é que, se Marta abrir mão da disputa municipal e seu substituto no partido chegar ao segundo turno, ele passará automaticamente a ser um dos concorrentes internos à disputa pelo governo do Estado em 2010.
Caso a ministra não aceite o desafio, pelo menos quatro nomes estão colocados hoje no PT: o do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, os dos deputados federais Jilmar Tatto e José Eduardo Cardozo e o do senador Aloizio Mercadante, que disputou e perdeu o Palácio dos Bandeirantes no ano passado.
Nesse caso, é muito provável que o candidato seja decidido por meio de uma prévia interna. Chinaglia tem trabalhado nos bastidores para ter o apoio do grupo da ministra, hegemônico na capital paulista.
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