terça-feira, 6 de novembro de 2007

Marta e Wagner rechaçam terceiro mandato de Lula

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL - FOLHA DE SÃO PAULO

Dois dos nomes cotados dentro do PT para disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Jaques Wagner (BA) e a ministra Marta Suplicy (Turismo), rechaçaram ontem à noite em São Paulo a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente.

A petista ainda aproveitou para alfinetar a oposição tucana, que, em 1997, esteve à frente da emenda que instituiu a reeleição no Brasil e acabou beneficiando o então presidente, Fernando Henrique. "Lula é uma pessoa muito democrática no sentido de não admitir casuísmo, e nós já tivemos alguns recentes no país. Mas isso [o terceiro mandato] vai ficar por aí, a oposição falando, falando, para ver se perturba um pouco o ambiente, mas o tema não prospera no PT", disse ela.

O governador da Bahia, diante de platéia formada por cerca de 500 empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também se posicionou contra o terceiro mandato. "Nenhum tipo de casuísmo é bem-vindo no momento atual", disse ele, em evento que tinha como tema o potencial econômico da Bahia. Wagner citou como exemplo negativo o caso de seu Estado, em que o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), morto este ano, comandou a política por quase duas décadas.

Pela manhã, Wagner já havia criticado as articulações em torno da proposta que estabelece o terceiro mandato para Lula. Ele disse que a chance de terceiro mandato é zero: "Para mim, a chance é zero, pelo que conheço do PT e do presidente Lula. É criar um casuísmo para mudar as regras e beneficiar B ou C. A história do PT sempre foi de crença na instituição democrática", disse.

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