Ségolène surpreende e põe Sarkozy na defensiva durante debate na TV
do jornal O Estado de São Paulo
Atrás nas pesquisas, socialista parte para ataque com duras críticas ao atual governo, do partido de seu rival
Lourival Sant’Anna, PARIS
No primeiro debate presidencial em 12 anos na França, a candidata socialista Ségolène Royal avançou sobre o adversário, o direitista Nicolas Sarkozy, com uma ferocidade inesperada.
Ao final do debate de 2h40, que foi esquentando até atingir o ponto de ebulição, Ségolène acusou Sarkozy de “imoralidade” por causa de sua posição em relação ao ensino para crianças com necessidades especiais. “A senhora tem a visão sectária da esquerda, de que todo mundo que tem opinião diferente da sua é imoral”, reagiu Sarkozy, depois de alguns minutos de perplexidade. “Quem usa palavras que ferem divide o seu povo.”
Foi o desfecho de um crescendo, no qual Sarkozy e Ségolène percorreram dezenas de temas, do desemprego à energia nuclear, e discordaram sobre praticamente tudo, numa discussão marcada pela divisão ideológica clássica entre direita e esquerda.
Segundo uma enquete feita pelo site do Le Monde, a ferocidade de Ségolène deu resultado: para 51,5% de 43 mil internautas participantes, a socialista se saiu melhor. Apenas 36,8% preferiram Sarkozy.
O momento de maior tensão do debate ocorreu depois que Sarkozy, ex-ministro da Economia e do Interior do atual governo, observou que na França só 40% das crianças com necessidades especiais estudam em escolas normais. Ele planeja elevar esse índice a 100%, como ocorre no resto da Europa. “Estou escandalizada com o que estou ouvindo”, interrompeu Ségolène - o que as regras do debate permitiam. “Criei 7 mil cargos de auxiliares de integração (para deficientes em escolas normais), e seu governo os suprimiu”, acusou a candidata, que foi ministra de Ensino Escolar (1997-2000). “A senhora sai de si facilmente”, advertiu Sarkozy. “A responsabilidade de um presidente é muito pesada.” Leia mais aqui
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