Reflexões pessoais sobre o primeiro turno das eleições presidenciais na França
O candidato de direita, Nicolas Sarkozy, emerge como favorito após o primeiro turno da eleição presidencial francesa.
Olhando estaticamente a aritmética eleitoral do primeiro turno, às duas forças políticas da direita, a UMP de Sarkozy e a UDF de François Bayrou, totalizam 49% dos sufrágios. Se acrescentarmos os resultados obtidos pelo candidato de extrema direita, Jean Marie Le Pen (10,55%) a constatação é de uma provável vitória de Sarkozy no segundo turno.
A primeira pesquisa indica isto atribuindo a Sarkozy 54% frente a Ségolène Royal com 46%. Vale lembrar que imediatamente após o segundo turno das eleições presidenciais estão previstas eleições legislativas. Trata-se de eleições distritais e dificilmente os candidatos da UDF resistirão à pressão por acordos com a UMP que preserve suas circunscrições, arriscando triangulares que poderiam ser fatais para eles garantirem seus assentos no parlamento.
Porem, mesmo se apenas 15 dias separam o primeiro do segundo turno da eleição, uma campanha não é simplesmente, nem estaticamente, adições aritméticas. A candidata da esquerda, Ségolène Royal, pode reverter esse favoritismo. Por um lado, porque desta vez a extrema-esquerda, os comunistas e os ecologistas já se manifestaram em favor da candidata do PS. Por outro lado, um incipiente movimento de rejeição a Sarkozy, já presente antes do primeiro turno, se for amplificado pode arrastar numerosos eleitores de Bayrou para a esquerda, na medida em que este último fez uma campanha com numerosas guinadas para o eleitorado progressista.
A campanha de Ségolène Royal deverá conquistar um novo dinamismo e aprofundar sua diferenciação no plano democrático e também social com o ultraliberalismo defendido por Sarkozy. Nesse terreno uma dinâmica vencedora é possível, apesar das dificuldades.
Luis Favre
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