Reflexões pessoais após o debate entre Ségolène Royal e Nicolas Sarkozy
O debate entre Ségolène Royal (esquerda) e Nicolas Sarkozy (direita) a quatro dias do segundo turno das eleições presidências francesas provavelmente não modifique o favoritismo, nas pesquisas, do candidato da direita. Porém, indiscutivelmente, um dos principais argumentos, ou preconceitos, contra a candidata da esquerda sofreu um duro golpe.
A candidata da esquerda mostrou estar preparada, ter capacidade e sangue frio o bastante para fazer engolir a auto-suficiência e a soberba de Sarkozy. Confirmando o que já disse o saudoso Mario Covas, “em debate mulher bate como homem mas apanha como mulher”.
No caso, além da firme defesa dos postulados da esquerda em relação a questões chaves como emprego, imigração, ecologia, educação e funcionalismo, Ségolène Royal aportou uma imagem de segurança, autocontrole e domínio do debate que reduziu a pó a campanha insidiosa sobre o despreparo da candidata, desenvolvida pelo candidato da direita.
Sem dúvida o debate não vai determinar o voto dos eleitores, mas no caso de uma eleição muito disputada ele influi no ânimo dos partidários de um ou outro dos candidatos. Após um comício com mais de 60.000 participantes e um desempenho positivo neste debate, assistido por 20 milhões de eleitores, a candidata do Partido Socialista enfrentará o veredicto das urnas de cabeça erguida.
Uma nova liderança emerge no campo da esquerda francesa e veio para ficar. Ségolène Royal mostrou estar à altura das esperanças do eleitorado da esquerda e recolherá os frutos, independentemente do resultado do próximo domingo. Luis Favre
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