domingo, 13 de maio de 2007

Lula e Alckmin, dois pesos

Mário Magalhães, Ombudsman da Folha de São Paulo

O "Painel" deu informação exclusiva na terça: "Parecer de técnicos do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] recomenda a rejeição das contas de Geraldo Alckmin na campanha presidencial de 2006. O tucano não movimentou a conta de candidato, deixando o fluxo de dinheiro a cargo de seu comitê, o que é irregular, segundo corpo técnico do tribunal".

O "furo" não ganhou citação na primeira página. Nos dias seguintes, o jornal não publicou reportagem alguma. Nem ouviu Alckmin. Na quinta, o "Painel" dedicou mais duas notas ao assunto.

No dia 6 de dezembro passado, o segundo título mais destacado na capa da Folha foi "Laudo do TSE rejeita contas da campanha do presidente". Em página interna, a novidade recebeu justa atenção. Trecho da chamada: "Se vencer a rejeição [no plenário do TSE], a posse do eleito é impedida".

Em 13 de dezembro o jornal manchetou "TSE rejeita contas do comitê de Lula". E sublinhou: "Diplomação do petista é mantida". O parecer sobre Lula, presidente reeleito, era mais importante que o relativo a Alckmin, derrotado.

Mas creio que a Folha errou ao minimizar a informação desta semana. Ela merecia exposição na primeira página e reportagem. O apartidarismo é princípio editorial que implica equilíbrio no noticiário. Leia mais aqui (para assinantes)

Mário Magalhães é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.

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