terça-feira, 6 de novembro de 2007

Marta Suplicy quer vôos regionais "para ontem"

Claudio Leal - Terra Magazine

Rose Mary de Souza/Especial para o Terra

A ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT-SP), encomendou à Fundação Getúlio Vargas
um estudo da infra-estrutura do Brasil para a
Copa de 2014



No início da organização da Copa do Mundo de 2014, a ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT-SP), defende o desenvolvimento dos vôos regionais para superar a crise aérea. Com a expectativa de ver ampliado o fluxo de turistas, ela encaminhou ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, um estudo sobre a ampliação das rotas regionais.

Marta falou a Terra Magazine durante o encontro do governador da Bahia, Jaques Wagner, com 500 empresários, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

- A aviação regional nós temos que ter um empenho muito sério, já enviamos ao ministro (Nelson) Jobim todos os vôos regionais que acreditamos que é importante se desenvolver pra ontem, não é pra a Copa, é pra ontem. Porque você não consegue fazer turismo sem ter uma companhia aérea regional forte - analisou Marta.

A ministra participará, na próxima semana, em Londres, de uma feira de turismo que deve antecipar a campanha de atração de turistas para a Copa no Brasil. Segundo ela, o modelo dos Jogos Pan-americanos, no Rio de Janeiro, deve ser adotado no planejamento do setor hoteleiro.

- Você tem que planejar para não criar hotéis que depois virem "elefantes brancos", porque não tem sustentabilidade. Se não vão ter sustentabilidade, têm que ser construídos como os do Pan, que foram construídos para depois serem vendidos como residências.

Um estudo foi encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para planejar os investimentos do governo nas cidades-sedes.

Leia a entrevista.

Terra Magazine - Depois do anúncio da Copa, qual é o planejamento do Ministério de Turismo para adaptar o País ao novo fluxo de turistas?
Marta Suplicy - Olha, começa semana que vem, na maior feira de turismo do mundo, que vai ser em Londres, o encontro dos operadores e agências de viagem ingleses. Junto convidamos o jogador Denilson, que joga no Arsenal, pra ele estar presente. Hoje, nós já começamos as campanhas do exterior brasileiras, colocando que sejam bem-vindos à Copa de 2014. A Alemanha fez isso logo que foi anunciado e conseguiu, naquele ano da Copa, um crescimento no seu PIB de 2,3. Nós temos que começar como eles fizeram antes, já colocando como gancho promovidor toda a possibilidade que nós vamos ter de sediar a Copa.

Quanto aos investimentos...
O Ministério tem várias responsabilidades, no meu entender a mais importante é o planejamento. Tem que planejar até 2014 os investimentos nas cidades-sede. Quais serão as cidades-sedes? Nós aí iremos avaliar a infra-estrutura de cada cidade. O PAC já está dando uma boa resposta em relação a aeroportos e portos e uma importante rodovia que é a BR-101, que pega toda a costa. Depois, nós termos agora o leilão das rodovias federais, que também é muito importante que aconteceu, até 2014 nós vamos ter isso também em ordem. Mas vão sobrar algumas estradas, algumas rodovias, que não vão ter provavelmente nos próximos três, quatro, cinco anos, tido a adequação necessária. Nós vamos ter que ter planejamento, assim como infra-estrutura hoteleira. Por exemplo, se Goiás for escolhido como sede... Goiânia não tem um número de hotéis suficientes. Tem um cinco estrelas. Tem que construir, tem que planejar, tem que ir pra fora buscar investidor...

Já houve articulação com os governadores, na viagem para a Suíça?
Então, todos os governadores estão satisfeitos e impregnados do espírito da Copa, mas eles vão se dedicar no primeiro momento à questão dos estádios. Porque essa questão vai pesar para a escolha das sedes, que ainda não estão definidas. Nossa preocupação é a curto, médio e longo prazo. Por exemplo, quando eu não tenho hotéis numa cidade, como é que você vai abrigar milhares de torcedores? Você tem que planejar para não criar hotéis que depois virem "elefantes brancos", porque não tem sustentabilidade. Se não vão ter sustentabilidade, têm que ser construídos como os do Pan, que foram construídos para depois serem vendidos como residências. Esse estudo todo o ministério está encomendando à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para que a gente possa, paulatinamente, ir fazendo os investimentos. Que não são do ministério, o ministério é um grande articulador.

Não é preciso investimento rápido no setor aéreo, por causa da crise?
Em relação ao setor aéreo, nós estamos crescendo vôos internacionais. Isso até lá vai ter outro panorama, que não vai ter nada a ver com o que nós temos hoje. Em pouco tempo, nós já tivemos o vôo inaugural para Brasília e agora a TAP vai para Belo Horizonte em fevereiro. Vamos ter no começo do ano que vem dois vôos novos de companhias aéreas para o Nordeste, tivemos a Emirates que está voando para Dubai direto. Então, isso tá aumentando e até 2014 será outro mundo. Agora, a aviação regional nós temos que ter um empenho muito sério, já enviamos ao ministro (Nelson) Jobim todos os vôos regionais que acreditamos que é importante se desenvolver pra ontem, não é pra a Copa, é pra ontem. Porque você não consegue fazer turismo sem ter uma companhia aérea regional forte. Várias companhias aéreas.

O Ministério do Turismo vai se envolver também na questão das ferrovias?
Isso tá dentro do PAC, mas nós vamos avaliar tudo dentro desse estudo da FGV.

Terra Magazine

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