segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Jogando com a saúde: Europa e EUA já focam em Wi-Fi, já SP nem tem estudo de riscos


Já SP nem tem estudo de riscos das antenas à saúde

Eduardo Reina - O Estado de São Paulo

Na Europa e nos Estados Unidos, a discussão sobre os riscos à saúde da radiação eletromagnética já passou há muito tempo das antenas de celular. O foco lá são as emissões nos locais onde existe a internet sem fio, ou wireless fidelity (Wi-Fi). Enquanto isso, em São Paulo, a Secretaria de Saúde começa agora a discutir, sem prazo definido, a realização de um estudo sobre o impacto da exposição a ondas eletromagnéticas em áreas de entorno das estações de radiobase (ERBs).

Os governos alemão e inglês já determinaram a realização de pesquisas para saber se as ondas de rádio do sistema Wi-Fi são prejudiciais à saúde. Estudos da Health Protection Agency, equivalente ao Ministério da Saúde inglês, concluíram que a radiação do Wi-Fi é muito baixa, mesmo quando uma pessoa trabalha com o laptop sobre as pernas - portanto, com o receptor de sinal próximo ao corpo. Na literatura médica, há artigos que fazem correlação entre as ondas e o surgimento de doenças, como o câncer, e outros que negam a possibilidade de ligação entre esses fatores.

Para o professor Vitor Baranauskas, da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Wi-Fi é mais uma forma de poluição invisível que precisa ser controlada. “A radiação eletromagnética tem a mesma seqüência do forno de microondas, e provoca problemas no cérebro.” A engenheira clínica Suzy Cabral disse que antenas instaladas perto de hospitais podem alterar a leitura de pressão arterial e desregular a bomba de infusão que administra medicamentos. Na capital, vários pontos já dispõem do sistema sem fio para acesso à internet, como cafés, bibliotecas, restaurantes e outros ambientes públicos.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cabe aos municípios legislar sobre riscos à população por parte das antenas. A agência fiscaliza apenas se as torres operam sem criar problemas para a prestação de serviços de telefonia móvel.

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