quinta-feira, 10 de maio de 2007

Uma garrafa d’água, por favor


do Blog do Planeta, no portal da revista Epoca



O crescimento da indústria de água mineral preocupa alguns pesquisadores. O consumo de água mineral engarrafada mais do que dobrou entre 1997 e 2005. Aparentemente, beber água engarrafada é sinal de bom gosto e cuidado com a saúde. Mas tem um impacto ambiental pouco mencionado, segundo um relatório recente do Instituto Worldwatch, dos EUA.


Milhões de toneladas de plásticos são usados para fazer as garrafas de água. A maioria não é reciclada após o uso. Todo ano, cerca de 2 milhões de toneladas de garrafas PET enchem os depósitos de lixo dos EUA. Só 23% disso é reciclado. Boa parte das garrafas, inclusive em países como o Brasil, vão parar em depósitos irregulares ou mesmo nos rios, prejudicando as próprias fontes de água do país.

Os consumidores podem tomar o cuidado de tentar separar as garrafas usadas. Mas poucas cidades no Brasil têm sistemas de coleta seletiva de lixo. Além disso, estima-se que, para produzir cada recipiente de plástico PET, a indústria gasta três vezes mais água do que o conteúdo da garrafa.

A opção de menor impacto ambiental ainda é beber água da rede de abastecimento. Hoje, no Brasil, ela precisa ser filtrada ou limpa de alguma forma. A principal culpa disso não é nem tanto o sistema de abastecimento, que geralmente fornece água dentro dos padrões internacionais, mas as caixas d´água ou cisternas dos prédios e casas, que acumulam sujeira. Mas quem no Brasil tem coragem de beber água direto da rede de abastecimento como em qualquer país do Primeiro Mundo?

Alexandre Mansur
Editor de Ciência & Tecnologia da revista Época. Cobre meio ambiente há 16 anos. Já ganhou alguns prêmios, como o Reuters-IUCN Media Award. Sua ambição é transformar o Blog do Planeta em um ponto de encontro para quem quer ajudar a melhorar nossa vida nesta crise ecológica global.

Nenhum comentário: