Mentira global
Os países comprometidos com o combate às mudanças climáticas estabeleceram metas equivocadas. E sabem disso
George Monbiot, THE GUARDIAN
publicado pelo jornal O Estado de São Paulo
Os países ricos que estão querendo impedir as mudanças climáticas têm em comum o seguinte - eles mentem. Vocês não encontrarão essa afirmação na minuta do novo relatório preparado pelo Comitê Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change). Mas, assim que entender os números, terá a verdade diante dos olhos.
Os governos que fazem esforços genuínos para lutar contra o aquecimento global usam números que sabem serem falsos. O governo britânico, a União Européia e a ONU, todos alegam estar tentando impedir mudanças climáticas “perigosas”. Qualquer alteração climática é perigosa para alguém, mas há amplo consenso sobre o que essa expressão significa - 2 graus de aquecimento acima dos níveis pré-industriais. É perigoso por causa do seu impacto sobre as pessoas e os lugares (pode, por exemplo, desencadear um derretimento irreversível da cobertura de gelo da Groenlândia e o colapso da floresta tropical da Amazônia) e, como tende a estimular mais aquecimento, incentiva os sistemas naturais do mundo a liberar gases de efeito estufa.
O objetivo de impedir um aquecimento superior a 2°C foi adotado abertamente pela ONU e pela União Européia e implicitamente pelos governos britânico, alemão e sueco. Todos disseram esperar restringir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera a um nível que venha a impedir tal elevação. E todos eles sabem que estabeleceram metas erradas, baseadas em dados científicos obsoletos. Temerosos das implicações políticas, não ajustaram suas metas à exigência das novas pesquisas.
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