Agência melhora a avaliação do Brasil
País está agora a um passo de receber o "grau de investimento" da Fitch Ratings; demais agências devem fazer o mesmo Para conseguir uma nota maior, o país ainda precisa fazer diversas reformas, aumentar o esforço fiscal e desburocratizar o Estado
TONI SCIARRETTADA REPORTAGEM LOCAL
A agência de classificação de riscos Fitch Ratings melhorou ontem sua avaliação da dívida brasileira, que está agora a apenas um passo do chamado "grau de investimento", selo de qualidade de "bom pagador" e que permite acesso a crédito farto e barato nos mercados.
A mudança significa que o país está cada vez mais distante de dar um calote em sua dívida. Indica ainda que a economia brasileira mostra uma certa imunidade a crises externas e que poderá receber dinheiro que hoje só está disponível para países e empresas considerados seguros -investimento no Brasil é considerado especulativo para as agências.
Primeira agência a elevar a avaliação do Brasil, a Fitch atribui a mudança a uma melhora significativa nas contas externas brasileiras, que foi acompanhada por uma política fiscal "prudente" (leia-se corte de gastos) e por um aumento na poupança interna.
"O Brasil mostra capacidade de enfrentar potenciais choques de origem externa", disse Rafael Guedes, diretor-executivo da Fitch Ratings no Brasil.
A agência cita ainda o aumento de US$ 36 bilhões das reservas internacionais apenas neste ano, que agora somam R$ 122 bilhões e que devem bater em US$ 130 bilhões até o final do ano. Segundo a agência, o montante cobre em 150% as dívidas de curto prazo em moeda estrangeira do país.
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