sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Hillary Clinton se defende de ataques em debate de democratas

EFE A senadora Hillary Clinton e o senador Barack Obama no debate dos pré-candidatos democratas em Las Vegas / Reuters

WASHINGTON - Hillary Clinton, aspirante democrata à Presidência dos Estados Unidos, se defendeu das críticas de seus rivais no partido, durante um debate nesta quinta-feira, e acusou dois deles de jogar lama na sua pré-candidatura.

- O povo dos Estados Unidos conhece a minha posição - disse a senadora de Nova York, que lidera as enquetes entre os pré-candidatos de seu partido.

Ela acrescentou que aceita as críticas "mas não é justo que joguem lama":

" Quando alguém joga lama, não se pode esperar que não esteja lendo o manual de instruções dos republicanos "

- Quando alguém joga lama, não se pode esperar precisão e que não esteja lendo o manual de instruções dos republicanos - alfinetou.

Em um acalorado debate entre sete aspirantes democratas em Las Vegas, os dois principais rivais de Hillary, os senadores Barack Obama e John Edwards, insistiram nas suas críticas. Eles disseram que a ex-primeira-dama muda freqüentemente de posição sobre temas importantes do país. Entre eles, citaram a sua posição a respeito da previdência social, das fórmulas para o caso dos imigrantes ilegais e da Guerra do Iraque.

" Ela não deu respostas diretas a perguntas diretas "

- Ela não deu respostas diretas a perguntas diretas. Precisamos de um tipo diferente de direção neste país - disse Obama.

Edwards, que negou uma rivalidade pessoal, acusou a senadora de votar com o governo do presidente George W. Bush a favor da Guerra do Iraque e de defender um sistema que não funciona.

No começo do debate, Hillary prometeu levar à Casa Branca sua experiência e sua liderança. E assumiu a ofensiva, acusando Obama de propor um sistema de saúde social que exclui 15 milhões de americanos. Também negou que o fato de ser mulher possa impedir um bom trabalho na Casa Branca.

" Quero chegar à Presidência não por ser uma mulher, mas porque tenho certeza de que posso dirigir o país pelo bom caminho "

- Quero chegar à Presidência não por ser uma mulher, mas porque tenho certeza de que posso dirigir o país pelo bom caminho - afirmou.

A agressiva troca de acusações e denúncias foi criticada pelos outros quatro pré-candidatos democratas. Inicialmente, eles se viram excluídos do debate.

O governador do estado do Novo México, Bill Richardson, resumiu sua atitude.

- Não vamos nos atolar- pediu.

O senador Christopher Dodd concordou:

- Em vez de brigar, é preciso unir o partido em busca do melhor candidato.

Mas Richardson também se uniu aos ataques. Ele afirmou que Edwards se envolveu numa luta de classes, e acusou Obama de promover um conflito de gerações.

Richardson, o único hispânico pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos, questionou as afirmações de Hillary de que pretende terminar a Guerra do Iraque.

- Só quero dar uma chance à paz - disse.

A senadora de Nova York é o centro dos ataques desde o último debate na Filadélfia, no mês passado. As suas hesitações levaram Obama e Edwards a descrever a adversária como cautelosa demais e calculista.

Os ataques se refletiram nas enquetes, que mostraram uma queda na vantagem de Hillary e deram a seus rivais mais esperanças de vitória em Iowa, estado que em janeiro será o cenário da consulta inicial do partido para as eleições de novembro de 2008.

O debate aconteceu na Universidade de Nevada, estado que realizará a consulta do partido em 19 de janeiro.

Mas os pré-candidatos concordaram em torno dos principais problemas do país, entre eles a oposição à Guerra do Iraque, o conflito com o Irã, os tratados de livre-comércio e, com algumas divergências, a necessidade de uma reforma integral do sistema de imigração.

Hillary Clinton, quem votou pela intervenção militar no Iraque, disse que rejeita a possibilidade de uma nova guerra, agora no Irã.

- Sou contra a guerra no Irã, mas é preciso mostrar muita seriedade na negociação diplomática para impedir que o país se transforme numa potência nuclear - disse.

Ela admitiu que o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte, assinado com o Canadá e o México durante o governo de seu marido, Bill Clinton, foi um erro.

- Ele não produziu os resultados que esperávamos - reconheceu.

O debate também contou com o senador Joe Biden e o congressista Dennis Kucinich.

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