segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dirceu critica proposta sobre o fim da reeleição

Agencia Estado
23 de abril de 2007 - 20:35

Segundo ex-ministro de Lula, Aécio e Serra seriam os principais beneficiários
Eduardo Kattah

BELO HORIZONTE - O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, criticou nesta segunda-feira, 23, o movimento em torno do fim da reeleição. Para Dirceu, a proposta agora "só prejudica a reforma política" e é do interesse do PSDB, principalmente dos governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

"Do ponto de vista político, para o País nesse momento acabar com a reeleição eu acredito que só prejudica a reforma política porque não é simples acabar e, na verdade, é do interesse do PSDB, principalmente do governador Aécio Neves e José Serra. Como foi do interesse deles fazer a reeleição em 97", afirmou o ex-ministro, que participou de um almoço em Belo Horizonte com lideranças mineiras do PT, PMDB e PV.

Dirceu acredita que, "do ponto de vista doutrinário", o fim do instrumento é "bom" para o PT. "Porque o PT sempre foi contra". Mas a reeleição, na sua opinião, ainda precisa ser experimentada. "O Brasil aprovou isso em 97. Teve três eleições com reeleição, já vai acabar? Vamos fazer a experiência. Se for para acabar com a reeleição, vai ter que resolver a coincidência de mandatos, vai ter que eleger algum mandato com um ano a mais ou com um ano a menos...", observou.

"Assim não há país que agüente. Instituições que são construídas no País precisam ser experimentadas, por isso sou contra acabar com a reeleição agora". Ele evitou comentar a aproximação dos tucanos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

E foi na linha da declaração de Lula sobre a polêmica da reeleição, durante o programa semanal de rádio Café com o Presidente. "Ele, na verdade, disse que sempre foi contra, mas que agora essa é uma questão do Congresso, dos partidos e não dele como presidente, até porque ele é parte. Ele foi reeleito".

Pela manhã, após uma palestra para jovens de uma ONG na zona norte de Belo Horizonte, o ex-ministro afirmou que sem a reforma política, "o caixa 2 vai continuar existindo" no Brasil. "Precisamos fazer a reforma política. Sem a reforma política e fidelidade partidária, as eleições vão continuar sendo caras. O poder econômico vai continuar mandando e o caixa 2 vai continuar existindo".

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