domingo, 3 de junho de 2007

Poluição ameaça o futuro da China

Maior fábrica do mundo, o país contamina demais o ar, a água e o solo e compromete o mar e os lençóis freáticos

Ricardo Gandour, Enviado especial

Pequim - Em dias de mái, o sol brilha fraco em Tang Paradise, e o céu não é azul, mesmo num domingo ao meio-dia e sem nuvens. Construído em homenagem à Dinastia Tang (618-907), símbolo de prosperidade e excelência, o belíssimo complexo de lazer fica na cidade de Xian, centro-norte da China. Ali, como em diversas partes do país, volta e meia tem mái: uma névoa espessa que torna os dias mal iluminados e cinzentos.

O fenômeno ocorre da futurista Xangai à tradicional capital, Pequim. E tem se tornado tão freqüente que nos últimos anos surgiu no cotidiano a palavra mái, ideograma que combina os símbolos de 'nuvem' e 'animal' e na boca do povo quer dizer 'poeira ruim'. Mais do que apropriado para designar a mistura de fumaça, poeira, gases e elementos químicos em suspensão que varre boa parte dos 9,5 milhões de quilômetros quadrados do país e cujos efeitos, registrados em fotos no site da Nasa, já chegaram a atravessar o Oceano Pacífico e foram sentidos na costa da Califórnia.

A China, a maior fábrica e o maior canteiro de obras do mundo, enfrenta, na corrida pelo crescimento econômico, um gigantesco desafio: o impacto ambiental. A China está poluindo demais o ar, a água e o solo.

A questão ambiental chinesa ganhou na semana passada um dado alarmante. Estudo divulgado pela Academia Chinesa de Ciências Médicas revelou que o câncer, turbinado pela poluição, acaba de assumir a liderança no ranking de motivos de morte no país. 'A principal razão é a poluição da água e do ar, pior dia após dia', disse o médico e cientista Chen Zhizhou. Leia mais aqui no jornal O Estado de São Paulo

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